Residência de governador do PI e deputada petista são alvos da PF

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A casa do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e o gabinete da deputada federal Rejane Ribeiro de Sousa Dias (PT-PI), que também é primeira-dama, são alvos de buscas da PF (Polícia Federal) nesta segunda-feira (27).

A suspeita é que houve desvios de recursos da Educação do Piauí por meio de pagamentos superfaturados em contratos de transporte escolar. Inicialmente, a apuração aponta para fraudes de R$ 50 milhões.

Polícia Federal cumpre mandados no palácio do governador petista ...

A Operação Topique, feita em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União) e o MPF (Ministério Público Federal), cumpre 12 mandados de busca e apreensão em Teresina (PI) e em Brasília (DF). As ordens foram expedidas pela Justiça Federal no Piauí.

De acordo com a PF, a ação de hoje é uma continuação das investigações das operações Topique e Satélites, de agosto de 2018 e setembro de 2019. Naquela ocasião, foram investigados crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e crimes de licitação, praticados no âmbito da Secretaria de Educação do Estado do Piauí.

Segundo as investigações, entre os anos de 2015 e 2016, agentes públicos da cúpula administrativa da Secretaria de Educação do Estado se associaram a empresários do setor de locação de veículos para o desvio de, no mínimo, R$ 50 milhões de recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e do PNATE (Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar).

De acordo com a PF, mesmo após duas fases da operação, o governo do Piauí mantém contratos ativos com as empresas participantes do esquema criminoso, que totalizam o valor de R$ 96,5 milhões, celebrados entre os anos de 2019 e 2020.

 

Entenda o esquema

Os recursos públicos desviados, quantificados em relatórios de auditoria da CGU, foram obtidos a partir de pagamentos superfaturados em contratos de transporte escolar. As empresas beneficiadas, destinatárias de pagamentos em volume cada vez maior a partir de 2015, formavam um consórcio criminoso estável e estruturado, simulavam concorrência em licitações e, com participação de servidores públicos, se beneficiavam de contratos fraudulentos.

Há indícios de que as mesmas empresas já atuam em fraudes licitatórias em dezenas de municípios do Piauí desde 2008, lucrando com a subcontratação parcial ou integral dos serviços, que de fato são prestados por terceirizados, em condições de total insegurança para os alunos da rede pública de ensino.

As análises apontam que o modelo criminoso foi utilizado para contratos de locação de veículos por outras secretarias e órgãos do Governo do Estado do Piauí e por dezenas de municípios do interior.

As ordens judiciais cumpridas hoje tiveram o propósito de aprofundar as investigações a respeito do recebimento e solicitação de bens e valores, diretamente ou por intermediários, por agentes públicos com poder de comando na Secretaria de Educação do Estado do Piauí no período da Investigação.

Por R7