O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, classificou a quarentena obrigatória que vigorou por quase 1 mês em Cuiabá e Várzea Grande como “lockdown da hipocrisia e da fake news”. Por decisão do juiz José Luiz Leite Lindote, da Vara de Saúde Pública de Mato Grosso, as duas maiores cidades do Estado tiveram os serviços não essenciais fechados entre 25 de junho e 24 de julho, quando o Poder Executivo editou um decreto “flexibilizando” a abertura do comércio.
Em entrevista Carvalho afirmou que a medida se resumiu apenas no fechamento de lojas e shoppings centers da capital. “Avaliando esse decreto, só estava acontecendo o lockdown da hipocrisia e da fake news na baixada cuiabana. Quem estava pagando essa conta era apenas alguns segmentos como lojas de roupas, sapatos, eletrodomésticos, bares, restaurantes, lanchonetes e shoppings centers. Qual outra atividade que estava fechada antes desse decreto? Nenhuma”, disse o secretário.
Diante disso, o braço-direito do governador Mauro Mendes (DEM) colocou em xeque a efetividade das restrições comerciais, considerando que os casos de Covid-19 não caíram substancialmente no período. “Todos esses três segmentos estavam pagando a conta da sociedade inteira. Ficaram como os únicos responsáveis pelo índice de contaminação. Foi um negócio totalmente injusto. Você saía em Cuiabá e Várzea Grande e estava tudo aberto. Teve município que estava com risco muito alto, como Sinop, e nunca fechou nada, continuaram com a vida normal. Até as escolas particulares lá continuaram funcionando”, complementou.
Na última sexta-feira (24), o governador Mauro Mendes assinou um decreto autorizando o funcionamento de todos estabelecimentos não essenciais nos 141 municípios de Mato Grosso. A decisão fez com que o magistrado suspendesse imediatamente a quarentena, que havia acabado de ser prorrogada por mais 14 dias.
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) acompanhou as flexibilizações e regulamentou na tarde de ontem os novos horários de atendimento de diversos segmentos comerciais. Carvalho, no entanto, defendeu que os empreendimentos funcionem sem nenhuma restrição de horário para evitar aglomerações.
“Os horários de funcionamento são de responsabilidade da prefeitura. Eu particularmente sou contra a restrição de horário, porque se todo mundo trabalhasse 24 horas, nós teríamos um espaço tão grande de atividade e pouco risco de aglomeração”, concluiu.