A volta do público aos estádios no estado de São Paulo está condicionada ao desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus (covid-19) e a um tratamento “cientificamente comprovado”, é o que declarou o secretário-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, em entrevista coletiva nesta quarta (8).
“Neste momento, não está sendo sequer analisada a possibilidade de eventos com aglomerações de pessoas. Vamos acompanhar a evolução da pandemia para definir melhor essa situação. [Não tem público] enquanto não tivermos um tratamento que seja cientificamente comprovado, enquanto não tivermos a vacina, que já está em desenvolvimento aqui em São Paulo e em nível federal. A partir do momento que tivermos a vacina e a imunização das pessoas, possibilidade pode ser analisada pelo Centro de Contingência”, afirmou.
Entre as vacinas estudadas, duas estão na fase três de testes em humanos, autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma é a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e que tem parceria do Instituto Butantan, que aplicará os testes. Outra é a da Universidade de Oxford, no Reino Unido, produzida com o grupo farmacêutico Astrazeneca e que tem a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) como parceira. Esta última foi considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a mais avançada em pesquisas.
O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, segue o discurso de João Gabbardo. “A única coisa que a FPF pode falar agora é que, no Campeonato Paulista, não teremos [público]. Quanto à volta, vamos seguir da mesma forma: quando as autoridades sanitárias entenderem que é o momento. Continuaremos respeitando a saúde, o cuidado com cada um da nossa população”, disse.
O protocolo da FPF, aprovado pelo governo de São Paulo, não aborda, em nenhum momento, a possibilidade de público nos estádios durante a competição, que será retomada no próximo dia 22 de julho. O estado é o que registrou mais casos (341.365) e óbitos (16.788) por covid-19 no Brasil. Segundo os dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade (35,9 a cada 100 mil habitantes) é pouco superior à nacional. A de incidência de casos (724,6 por 100 mil habitantes), porém, é menor que a média do país.
No Campeonato Carioca, reiniciado há três semanas, e no Catarinense, que recomeçará nesta quarta, não há previsão de público até o fim da competição. Na Europa, onde o futebol retornou em meados de maio, sete das 10 maiores ligas do continente, conforme o ranking da União das Federações Europeias de Futebol (UEFA), retomaram seus torneios após o pico de covid-19, em abril. Em seis delas, a determinação foi de portões fechados. A exceção foi a Rússia, que permitiu a ocupação de 10% da capacidade dos estádios no retorno.
Fonte: Agencia Brasil