Moradores do entorno da barragem Jati, no interior do Ceará, foram retirados de suas casas preventivamente neste sábado (22) por conta do rompimento de uma tubulação, informou o Ministério do Desenvolvimento Regional. Segundo a pasta, 2 mil pessoas foram evacuadas e levadas para abrigos e casas de familiares. Não há registro de feridos.
A obra onde ocorreu o vazamento faz parte do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco, que foi inaugurado no dia 26 de junho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com o ministério, o vazamento aconteceu na sexta-feira (21) e já foi contido, mas, durante a noite e a madrugada, havia dificuldade de avaliação técnica da estrutura pela falta de iluminação.
Ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, aciona liberação da comporta da barragem do Jati, na quinta-feira (20) — Foto: Divulgação/Ministério do Desenvolvimento Regional
Os moradores foram levados para hotéis, pousadas e alojamentos na região, diz a pasta. Eles também poderão ir para para casas de parentes. “A gente saiu de lá porque estava correndo risco, não confiei de ficar lá. A sorte nossa é ter isso aqui (abrigo), se não ‘tava’ na rua. Não deu tempo pegar nada, só os documentos”, afirmou o aposentado José Cândido de Oliveira, de 75 anos.
A pasta diz que não há risco de rompimento da barragem.
O comandante do Corpo de Bombeiros do Ceará, coronel Eduardo Holanda, afirmou que a situação está sob controle e que não há risco iminente.
“Nesse momento a gente já pode passar para a população que a situação está sob controle e que não há risco eminente. A gente vai avaliar ainda a necessidade de retirada daquela comunidade mais próxima à barragem mas sob um caráter absolutamente preventivo. Não tem uma situação crítica no que se refere à segurança do equipamento”, disse o coronel.
Equipes da Defesa Civil, Agência Nacional das Águas e técnicos do ministério do Desenvolvimento Regional estão atuando no local para realizar a recuperação do equipamento.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, foram ao local nesta manhã acompanhar a situação na barragem. Especialistas em segurança de barragens e em gestão de riscos também compõem a equipe da Defesa Civil Nacional enviada ao local, conforme o ministério.
Além deles, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), também se dirigiu ao local neste sábado para acompanhar os trabalhos.
O vazamento ocorreu um dia depois de o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, abrir a comporta que libera água da barragem de Jati para o Cinturão das Águas do Ceará (CAC), um sistema do Governo do Ceará que abastece outras cidades do Ceará, inclusive da Região Metropolitana de Fortaleza.
“O que ocorreu é que a tomada d’água apresentou um vazamento, houve um rompimento. Esse jato d’água todinho é devido à pressão. A preocupação é que esse jato está sendo jogado na ombreira da barragem e tem o processo erosivo, [mas] que aparentemente não afeta a barragem”, disse o secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira.
Após o rompimento, houve queda de energia no local, e as autoridades tiveram que esperar a chegada de um gerador para acionar o controle da comporta, disse o secretário.
Por G1