Um duelo com história para contar! Santos e Athletico-PR se enfrentam neste domingo (16), às 19h45 (de Brasília), na Vila Belmiro, pelo Brasileirão Assaí 2020. Adversários neste duelo, Peixe e Furacão já protagonizaram a luta pelo título brasileiro. Foi em 2004, quando os dois times brigaram ponto a ponto, rodada a rodada, pela taça. Entrevistados pelo site da CBF, Léo e Alan Bahia relembraram aquela disputa que foi até a última rodada com a taça indo para a Vila.
Os números alcançados por Santos e Athletico-PR, há 16 anos, não mentem e são a prova da força dos dois times naquela temporada. Os Meninos da Vila anotaram 103 gols em 46 partidas disputadas, com uma média de mais de 2 gols por partida. O que não era de se espantar, considerando o talentoso elenco que o Santos reuniu, com jogadores como Robinho, Deivid, Elano, Ricardinho e Léo. Em entrevista ao site da CBF, o lateral destacou a ofensividade da equipe treinada por Vanderlei Luxemburgo.
“Era um time muito bem treinado. O ataque fazia muitos gols porque eu passava por um lado, o Paulo César passava pelo outro, os volantes chegavam o tempo inteiro. Era um time que atacava muito, mas sabia se defender, era muito homogêneo. Todos sabiam o que fazer. Além disso, o Luxemburgo tinha sede de vitória e não deixava a gente entrar na nossa zona de conforto. O grupo era forte e unido”, contou o ídolo santista.
Léo é um dos maiores campeões com a camisa do Santos
Créditos: Divulgação/Santos
Do lado rubro-negro, a responsabilidade de marcar era mais concentrada no atacante Washington. O Coração Valente marcou 34 vezes naquele ano, um recorde do Campeonato Brasileiro até hoje. Ele atuou ao lado de jovens promissores, como Fernandinho, Dagoberto e Jadson. Entre eles, já em um papel de liderança, estava Alan Bahia. E foi justamente essa mistura que potencializou tanto o artilheiro e o Athletico naquele ano.
“Nosso time era humilde e ele também. Jogar com Washington foi uma experiência excelente. Ele chegou no clube desacreditado, com problemas de saúde. No entanto, todos acreditaram nele: a diretoria, jogadores, comissão técnica. O potencial dele era claro e até o presidente acreditava. Graças a Deus ele deu a volta por cima e conseguiu ser o artilheiro da competição”, lembrou o ex-volante.
Alan Bahia é o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Athletico-PR
Créditos: Divulgação/Athletico-PR
Um formato diferente
O Brasileirão de 2004 não era igual ao de hoje. O sistema de pontos corridos estava entrando no seu segundo ano e a competição contava com 24 equipes, com 46 jogos para cada time. O modelo, que se consolidou ao longo dos anos, ainda era novidade para todos. Mas em pouco tempo jogadores, jornalistas e torcedores notaram o fator que seria o diferencial no formato: a regularidade.
“Ainda vejo a regularidade como o principal fator. Naquele ano, a disputa foi entre Santos e Athletico o tempo todo. Mas na reta final, eles começaram a tropeçar e nós mantivemos resultados consistentes para conseguir o título”, afirmou Léo.
O campeonato mais longo só tornava tudo ainda mais difícil. Por isso, a segunda colocação do Athletico foi uma demonstração de força e união, como disse Alan Bahia.
“O campeonato ser mais longo dificultava bastante, porque o elenco tinha que ser muito bom. Mas, no geral, a competição é parecida. Foi uma temporada muita boa. Nós tínhamos um time muito bom, com guerreiros e unido, o que fazia o ambiente ser excelente. Isso fez a nossa equipe alcançar o segundo lugar daquele ano”, opinou Alan Bahia.
O apoio incondicional do torcedor
Com um campeonato longo e novo, muitas variáveis surgiam e as equipes tinham que se adaptar. Mas não só os clubes, o torcedor também se moldava para apoiar o seu time por mais tempo ao que estava habituado. Com o Brasileirão durando sete meses no ano, a paixão das arquibancadas foi testada, e de acordo com os nossos entrevistados, a motivação surtiu efeito.
O Furacão sempre foi temido na Arena da Baixada. Com aquele time, era praticamente impossível derrotar o clube em seus domínios. Grato à torcida athleticana por todo esse apoio, Alan Bahia lembra com carinho do período, que fez dele o jogador com mais partidas na história do clube.
“A nossa torcida foi fundamental! Presente nos jogos, incentivando, jogando junto, e dentro de campo a gente correspondia. Eu consegui ser o jogador que mais vestiu a camisa do Athletico-PR na história. Sou muito feliz por tudo que o clube fez para mim na minha vida e no esporte”, concluiu o volante.
O sentimento é parecido com que tem Léo pela torcida do Santos. O lateral ainda retornaria ao clube no início da década seguinte, para conquistar a América ao lado de Neymar e cia. Um dos maiores ídolos de um clube cheio de histórias, Léo sabe o quanto aquela conquista foi importante para sua carreira e sua trajetória no Santos e agradece muito pelo apoio que recebeu durante a campanha:
“Passamos por adversidades muito grande, mas soubemos passar por cima de tudo isso e conquistar o título da competição. Eu agradeço ao torcedor santista por apoiar a equipe e não desistir da gente, assim como nós não desistimos. Corremos atrás e somos gratos pelo apoio incondicional da torcida”.