Sem apresentações e uma primeira entrevista, Jair Ventura já arregaçou as mangas como novo treinador do Sport. No centro de treinamento do clube pernambucano, na tarde desta terça-feira (25), apresentou-se ao elenco e comandou o coletivo ao lado do auxiliar Emílio Faro. A tendência é que ele dirija o Leão à beira do gramado do Couto Pereira, contra o Coritiba, no próximo domingo (30), pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
Jair Ventura e seu auxiliar técnico, Emílio Faro, comandam o primeiro treino 🗒⚽️ #VamosMeuLeão #PST
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— Sport Club do Recife (@sportrecife) August 25, 2020
Aos 41 anos, o técnico recomeça a carreira depois de 23 meses sem dirigir nenhum clube. Entre os analistas de futebol, a dúvida é saber se ele terá o êxito de quando comandou o Botafogo ou o razoável desempenho ao passar por Santos e Corinthians.
“Ele tem competência. É estudioso e passou por um período sabático, fazendo cursos, curtindo a família e agora ganha uma oportunidade”, destaca o comentarista da Rádio Nacional Waldir Luiz, lembrando que Jair passou quase uma década no Botafogo, somando o tempo de preparador físico, auxiliar e técnico. “Ele trabalhou com Joel Santana, Cuca, Renê Simões, Ricardo Gomes e, quando passou de interino a efetivo, em 2016, classificou o Alvinegro à Libertadores da América, onde chegou no ano seguinte às quartas de final contra o Grêmio”.
Para o crítico esportivo da TV Brasil Márcio Guedes, os elogios gerais fizeram mal a Jair Ventura, que é filho do tricampeão Jairzinho, o Furacão, pela seleção brasileira: “Ele exacerbou uma das características herdadas do pai, uma certa soberba nas fases positivas. Terminou mal o campeonato brasileiro, com muitas derrotas que inviabilizaram a Libertadores seguinte e saiu com a frase infeliz na comparação com o Everest. A torcida não o perdoa até hoje”. Para Márcio, os trabalhos por Santos e Corinthians foram prejudicados pelos conturbados ambientes políticos dos clubes e por uma certa antipatia da mídia paulista com o jovem profissional carioca.
Jair Ventura assumiu a vaga de Daniel Paulista, o terceiro técnico demitido no Brasileirão, e que não poupou críticas aos dirigentes por ceder às pressões dos resultados. O Sport está na 18ª colocação do torneio nacional de 20 clubes, e conquistou apenas uma vitória até agora em cinco jogos.
“Ele [Jair] começa tudo de novo, por baixo, com elenco bem fraco para tentar provar que o curto êxito no Botafogo não foi por acaso. Mas sabe que, nessa insana troca de treinadores no Brasil, será sempre o bode expiatório, culpado ou não”, afirma Guedes, vendo o treinador numa missão difícil no Nordeste. “Os dirigentes disfarçam a própria incompetência e falta de infraestrutura demitindo técnicos. Jair vai precisar matar um leão por dia”.
Edição: Fábio Lisboa
Fonte: Rodrigo Ricardo – Repórter da Rádio Nacional – Rio de Janeiro
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