Derrotada nas eleições, líder da oposição bielorrussa foge para a Lituânia

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Presidential candidate Svetlana Tikhanovskaya holds a press conference the day after Belarus' presidential election in Minsk on August 10, 2020. (Photo by Sergei GAPON / AFP)

Dois dias após a reeleição do ditador Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, para a presidência da Bielorrússia, sua principal rival no pleito e líder da oposição, Svetlana Tikhanouskaya, anunciou que deixou o país. Em meio à repressão aos protestos contra o presidente reeleito, que questionam a lisura do pleito e chegaram a registrar a morte de um manifestante, Svetlana anunciou nesta terça-feira (11) que se refugiou na Lituânia.

Tentativas não sucedidas de contato com ela por parte sua equipe de campanha, após sua saída de uma reunião com funcionários da comissão eleitoral central, levantaram a preocupação sobre seu paradeiro. Ela se dirigiu à comissão eleitoral na segunda-feira (10) para apresentar denúncia de fraude nas eleições.

Em vídeo, Svetlana confirmou a “difícil decisão” de deixar o país. “Sei que muitos me condenarão, muitos me odiarão”, afirmou. Sua equipe afirmou se tratar de uma partida forçada por pressão das autoridades. Guardas da fronteira dizem que saiu por terra.

Aos 37 anos, Svetlana Tikhanouskaya é considerada uma novata na política. Ela emergiu em poucas semanas como uma inesperada rival para Lukashenko que é frequentemente descrito como “o último ditador da Europa”.

Lukashenko foi reeleito no domingo (9) para um sexto mandato com 80% dos votos, segundo resultados oficiais. Svetlana Tikhanouskaya obteve 9,9%. Os resultados foram contestados pela oposição, e Svetlana, de 37 anos, declarou que Lukashenko deveria deixar o poder. Em entrevista coletiva, a política disse que vai comprovar que houve fraude nas eleições.

Lukashenko é um dos poucos líderes mundiais a não tomar medidas de prevenção contra o novo coronavírus. Em março, ele chegou a indicar “sauna e vodca” para tratar a doença, e no fim de julho foi diagnosticado com Covid-19, mas sem apresentar sintomas, segundo ele.