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Desacreditado e com medo do covid-19, eleitor de MT vai sumir das urnas

A desmotivação pela política e o risco de contágio por Covid-19 pode levar a um recorde de abstenções na eleição deste ano. Essa é a avaliação dos analistas políticos João Edisom e Onofre Ribeiro.

O pleito foi adiado para novembro devido à pandemia do vírus no país. Além de eleger vereadores e prefeito, os mato-grossenses terão que escolher um senador após a cassação de Selma Arruda (Podemos), por caixa dois e abuso de poder econômico.

Segundo Onofre, a percepção da sociedade sobre a política está mudando e, nesta eleição, será revelada uma nova concepção das pessoas de que a política não é capaz de resolver os problemas da cidade. Ele cita como exemplo sobre as decisões acerca da pandemia do coronavírus. Ele ressalta que os políticos estão lidando com a situação de forma muito amadora.

Onofre ainda destaca que a política está vulnerável e isso vai exigir dos candidatos novo perfil, “não mais as raposas tradicionais”.

“Elas [pessoas] vão reagir pela apatia. Nós vamos ver os grupos de política e de políticos subindo o tom entre eles e a sociedade não estará ligada nisso. Ela estará saindo da pandemia muito desiludida com a política.É muito possível que a abstinência nessa eleição, não só em Mato Grosso, mas no país inteiro muito alta, muito mais do que na interior”, ressaltou.

“As pessoas não se sentirão motivadas a votar porque elas não acreditam que as eleições lhes traga garantia, conforto e confiança. Então, independente da pandemia, elas vão deixar de votar mesmo, o prejuízo será muito grande”, complementou.

João Edisom acredita que além da abstenção, nessa eleição existe a possibilidade de grande quantidade de votos brancos e nulos. Ele explica que uma grande parte do eleitorado está desmotivada devido ao reflexo do pleito “raivoso” geral de 2018.

“Existe uma margem muito grande de gente quem votou no Bolsonaro e hoje está chateado com ele, não vá votar em ninguém mais por um bom tempo. Então, vai ter um aumento contingente de voto nulo”, avaliou.

Ele comentou que os candidatos precisaram ter uma linguagem ‘professoral’ para conquistar o eleitor e tentar convencê-lo a ir às urnas. “Existe uma diferença entre conversa de boteco e conversa online. Conversa de boteco é isso que o candidato fazia ‘eu vou fazer isso daqui’ e não falava de outras coisas, a conversa online você não sabe quem estará de ouvindo, então ela terá que ser muito mais assertiva, senão você vai cair no ridículo”, destacou.

Abstenções em Cuiabá

O número de abstenções nas eleições municipais tem crescido em Cuiabá comparado às duas últimas edições. No primeiro turno da eleição de 2012, dos 397.626 eleitores mais de 65 mil não foram às urnas. Quatro anos depois, dos 415.098 eleitores, 82,6 mil se abstiveram de votar.

 

Por Repórter MT

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