Em um ano, a Amazônia perdeu 6.536 km² de área verde, um aumento de 29% em comparação com o ano anterior. A análise compreende os meses entre agosto de 2019 e julho de 2020, período classificado como calendário do desmatamento. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).
“Nós estamos em uma tendência de alta no desmatamento. É bem provável que, ao fechar o número oficial do Prodes, nós tenhamos uma área desmatada maior que no ano passado”, afirma o pesquisador Dr. Carlos Souza Jr., coordenador do programa de monitoramento do Imazon.
O avanço da destruição em Unidades de Conservação e Terras Indígenas também preocupa os especialistas. Cerca de 16% do desmatamento nos últimos doze meses foi registrado em UCs. A APA Triunfo do Xingu, no Pará, foi alvo dos desmatadores e está no topo do ranking. A Terra Indígena Apyterewa, também no Pará, ocupou o primeiro lugar das TIs que mais tiveram área de floresta derrubada.
Medidas para combater o desmatamento – Mais de 60 organizações e coletivos da sociedade civil, entre elas o Imazon, enviaram ao Congresso Nacional uma proposta com cinco ações emergenciais para combater o desmatamento na Amazônia. Uma das medidas é o estabelecimento de uma moratória de pelo menos cinco anos ao corte da floresta. Na carta, as organizações lembram que o Brasil já teve experiências exitosas ao reduzir a taxa de desmatamento e ao mesmo tempo ampliar a produção agropecuária e o PIB.
A carta está disponível em português e em inglês.
Monitoramento da Amazônia – O Sistema de Alerta de Desmatamento, desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de satélite para monitorar a floresta. Além do SAD, existem outras plataformas que vigiam a Amazônia, como o Deter, sistema utilizado Inpe que também divulgou os dados de desmatamento nos últimos doze meses. Apesar de cada plataforma aplicar uma metodologia diferente para medir a destruição da floresta, ambas apresentaram a mesma tendência de aumento na devastação na Amazônia.
Todas essas plataformas são importantes para a proteção do nosso patrimônio ambiental, pois garantem a vigilância da floresta e a emissão de alertas dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam a subsidiar os órgãos de controle ambiental a planejar operações de fiscalização e identificar desmatadores ilegais.