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MERCÚRIO – Quando a GANANCIA vale mais que a VIDA

O que era um garimpo quase artesanal virou uma indústria gigantesca, onde o crime organizado se instalou. A extração ilegal de ouro na Amazônia depende de um elemento altamente tóxico: o mercúrio. Mas o material envenena os rios e ameaça a saúde de toda a população da região.

O mercúrio tem a venda controlada no Brasil, mas toneladas chegam ilegalmente aos garimpos todos os anos. Uma investigação internacional, gravada antes da pandemia, mostra os caminhos do contrabando.

A fronteira com a Guiana é uma das duas portas de entrada de mercúrio ilegal no país mapeadas pela reportagem. A outra é Guajará-mirim, na fronteira da Bolívia com Rondônia. O contrabando da Guiana entra por Bonfim, em Roraima, e acaba na terra indígena yanomami, onde houve uma disparada no número de garimpos ilegais nos últimos anos.

Homem que fornecia mantimentos aos garimpos, falou ao Fantástico, mas, com medo de retaliação, não quis se identificar: “O garimpo é um local sem lei. Já vi umas cinco ou seis pessoas morrendo. Ele quer saber de arrancar o ouro. Fica para lá resto de mercúrio, resto de óleo diesel, resto de gasolina. Tudo jogado no meio do mato e no rio”.

A maioria dos garimpos ilegais na região de Itaituba, no Pará, fica nas terras do povo munduruku. Estima-se que haja mais de 60 mil garimpeiros na região. O pesquisador Paulo Basta analisou amostras de cabelo dos índios em três aldeias para medir a contaminação por mercúrio: “À medida que a equipe avançava para as aldeias que estavam mais próximas do garimpo, a situação que a gente via era mais grave, os índices de contaminação eram mais elevados”.

O Fantástico integrou um projeto internacional de jornalismo que durante um ano investigou as rotas do mercúrio na América do Sul. Participaram veículos da Bélgica, Suriname, Guiana, Venezuela, e também o site brasileiro Infoamazônia. Pela TV Globo, a reportagem é de Fabiano Villela, James Alberti e Sônia Bridi.

Por G1

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