Um verdadeiro bate-papo entre amigos, assim foi a entrevista promovida pela Rádio Regional na manhã desta quarta-feira (05), com a presença dos pioneiros, os empresários e exs-gestores de Lucas do Rio Verde, Marino Franz, Joci Piccini e Osvaldo Martinello.
Joci Piccini começou relembrando que na década de 1980 quando a cidade, ainda era uma agrovila cerca de 283 famílias tiveram a ajuda do Exército Brasileiro para a abertura da rodovia e organização da cidade.
“Na época o Exército é quem organizou a cidade, dividiu lotes, abriu estradas, a BR-163, enfim, enquanto as cidades da região tinham investimentos e a chegada de pessoas e empresas, nós éramos o patinho feio, pois sem documentação das terras não conseguíamos financiamentos, empréstimos ou investimentos e sem falar que muitos que aqui chegaram não tinham dinheiro para comprar terras documentadas e o que marcou o crescimento e desenvolvimento de Lucas do Rio Verde foi o trabalho em comunidade, todos se ajudavam e foi assim que conseguimos crescer e vencer essas etapas” disse.
Ainda sobre o trabalho coletivo, Martinello relembrou que após a cidade ser emancipada, para que uma rua fosse asfaltada a comunidade e o poder público se juntavam e dividiam os custos.
“A prefeitura entrava com a mão-de-obra e a comunidade com os custos. Me lembro também que logo que se tornou prefeito, o senhor Werner Kotrade veio na minha loja e pediu para que eu vendesse escrivaninhas, cadeiras e armários para a prefeitura, mas ele foi bem direto em dizer não sabia quando iria pagar, pois a prefeitura não tinha nenhum dinheiro. Um tempo depois tudo foi pago, mas a colaboração de todos fez a diferença para o crescimento de Lucas do Rio Verde” relembrou.
O ex-prefeito Marino Franz, relembrou dos desafios de iniciar o plantio na região de cerrado e o quanto a cooperação deram resultados. “Tudo começou com o plantio de arroz, e na época não deu certo, muitos dos assentados quebraram e depois tivemos o início do plantio de soja que começou a dar certo. Mas tínhamos muitos desafios, pois éramos os patinhos feios, com o passar do tempo tivemos a criação da Cooperlucas que foi a primeira a organizar a compra e venda da soja e consequentemente tivemos a criação do Sicredi que deu o ponta pé inicial nos investimentos e cooperativa de crédito. Depois chegamos com a Coagril que veio com a suinocultura, depois passamos a sonhar com a avicultura com a criação da Ema (Empresa Mato-grossense de Alimentos), em 2005 começamos a negociar com a Sadia, conseguimos construir a subestação e melhoramos a energia da cidade, e hoje temos a produção de milho que faz toda a diferença na cadeia, com a produção de etanol de milho” disse.
Durante a entrevista foi relembrado o mandato de Marino, que foi gestor de Lucas do Rio Verde durante oito anos, tendo Joci e Osvaldo como vices. Ele relembrou os conceitos no setor da educação, saúde, mas principalmente na formação de novas lideranças.
“As pessoas que passaram por aqui deixaram grandes exemplos, que hoje é copiado em grande parte de Mato Grosso. Hoje temos prefeitos que estão na região e que eram moradores de Lucas e que participaram da gestão e crescimento da nossa cidade. E o resultado foi tão positivo que hoje eles estão levando esse exemplo para as cidades vizinhas” disse Marino.
Com uma participação especial do ex-prefeito e atual vice-governador Otaviano Pivetta, que parabenizou os 32 anos da cidade e relembrou o trabalho realizado por toda a comunidade.
“Lucas se tornou um exemplo de que é possível fazer coisas boas e fazer uma sociedade organizada com as condições que se tem. Lucas é resultado de esforço comunitário do envolvimento das lideranças e dos empreendedores. Esse perfil socioeconômico que hoje temos se fez com iniciativas simples, porém bem concebidas. Tivemos lideranças abnegados e determinados a fazer diferente, sempre foi buscado a verticalização da produção e na vida pública sempre fizemos gestão de resultados, com infraestrutura de qualidade. Parabéns a todos os luverdense e fico muito feliz em fazer parte dessa história que é contada com muito orgulho” disse Pivetta.
