Reconstituição tem repetição de cenas, dificuldade de validar versão e choro

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Durante a reconstituição do “Caso Isabele Ramos Guimarães”, que terminou na madrugada desta quarta (19) após mais de 7 horas, foram simuladas várias situações para saber como o crime ocorreu. Em nenhuma delas a versão dada pela adolescente autora do disparo se encaixou com as provas e cenários especificados pela perícia – como trajetória da bala, posição de gotas de sangue e a forma como o corpo da jovem caiu.

Isabele Guimarães, 14 anos, foi morta com tiro no rosto em 12 de julho no condomínio de luxo de Cuiabá, o Alphaville I. Segundo a perícia, a amiga, autora do tiro acidental, estaria dentro do banheiro e o disparo teria acontecido a  uma altura de 1,44 metro do piso, com alinhamento horizontal,  e  a curta distância, entre 20 a 30 centímetros da vítima. A defesa da adolescente que atirou sustenta que ela estava fora do banheiro.

Como a garota não participou, agentes usaram o depoimento dela como base para as simulações, que também ocorreram perante a ótica dos laudos da Politec. O resultado final da análise da reconstituição deve sair em 10 dias.

Simula��o do corpo no local do crime

A defesa insistiu em repetir várias vezes a versão narrada pela adolescente investigada. Ao  Ulisses Rabaneda disse que a reconstrução do crime transcorreu normalmente, sem intercorrências. “Agora vamos aguardar os laudos para analisá-los em conjunto com as demais provas”, informou Rabaneda.

Segundo fontes, o namorado da autora, de 16 anos, mostrou como deixou a arma na casa da família Cestari. Destacou, durante os trabalhos, que ela foi usada várias vezes durante o dia para dar o chamado “tiro seco”, sem balas. Ao reviver o momento em que colocou o “pente” na arma, o rapaz detalhou que acredita que a namorada não estava prestando atenção, pois estava mexendo no celular.

A irmã da adolescente que atirou, também de 14 anos, no momento em que participaria da reconstrução dos fatos, demonstrou muita tristeza, chegou a chorar e não quis entrar no quarto. A menina, assim como a irmã, era amiga de Isabele.

Etapas da reconstituição

A Polícia Civil ressalta que todas as pessoas intimadas compareceram, à exceção da adolescente que fez o disparo. Para sua liberação, a defesa apresentou laudos psicológicos e psiquiátrico indicando problemas emocionais motivados pelo trauma.

Confirma que foram reproduzidos todos os movimentos efetuados pelas partes para apontar a compatibilidade das versões apresentadas na investigação e que houve a simulação do tiro, com três disparos efetuados.

Na primeira etapa do trabalho, a polícia remontou como agiram os pais da autora do homicídio e seus irmãos. Em seguida, deu início a segunda fase dos trabalhos que reconstituiu o homicídio. Como a adolescente que atirou por suposto acidente na amiga Isabele não participou da reconstituição, a garota foi representada por uma atriz, bem como a vítima.

Já a terceira fase, foi o namorado da adolescente que mostrou como deixou a arma do crime na casa da família Cestari. E os detalhes do seu armazenamento.

A residência onde ocorreu o trabalho foi isolada dividindo o perímetro em 3 níveis. Conforme informado pela PJC, teve acesso à rua da casa apenas os envolvidos nos trabalhos e os moradores das residências vizinhas.

Após a reconstituição, os delegados da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e da Delegacia dos Direitos da Criança e do Adolescente de Cuiabá (Deddica), que presidem o inquérito, irão analisar se serão necessários novos depoimentos.

O delegado Wagner Bassi estima que a conclusão do inquérito deva ocorrer em 10 dias após o laudo pericial da reprodução.

 

Por RDNews