O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Roberto de Assis, chegaram ao Rio de Janeiro na tarde desta terça-feira (25) junto com o advogado brasileiro Sérgio Queiroz. O avião decolou de Assunção, no Paraguai, às 13h42, e chegou à capital fluminense pouco depois das 16h40.
Fãs que esperavam o ex-jogador de futebol no aeroporto gritavam palavras de apoio para Ronaldinho após ele passar mais de cinco meses preso.
“Ele voltou para casa, o bruxo tá de volta! Agora está tudo bem”, gritou um fã no saguão do aeroporto.
O ex-jogador, no entanto, não falou com ninguém.
Ronaldinho chega ao Rio — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Ronaldinho chega ao Rio — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Ronaldinho Gaúcho e Assis chegam ao Rio após quase 6 meses presos no Paraguai
Decisão
Segundo o acordo, Ronaldinho Gaúcho deve pagar mais de R$ 500 mil, e o irmão dele, condenado por uso dos documentos falsos, mais de R$ 600 mil.
Conforme sugerido pela defesa, o valor total da multa será descontado dos mais de R$ 8,9 milhões depositados como fiança, em abril, para a concessão da prisão domiciliar. Segundo o juiz, cerca de R$ 7,8 milhões serão ressarcidos à dupla.
Ronaldinho é escoltado antes de prestar depoimento a um juiz no Paraguai, no dia 6 de março de 2020 — Foto: Jorge Saenz/AP
Prisão no Paraguai
Ronaldinho e Assis estavam detidos desde março, após entrarem no Paraguai com passaportes e documentos paraguaios adulterados. Outras três pessoas foram presas na ocasião.
De acordo com o promotor paraguaio Federico Delfino, existia um processo de naturalização no Paraguai aberto para Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira. Segundo ele, o procedimento corria à revelia dos dois brasileiros.
Ainda segundo Delfino, o esquema também envolveria um funcionário público paraguaio, que teria apresentado uma série de documentos à Direção de Migração do Paraguai para naturalizar os dois irmãos.
Ao envolver órgãos oficiais paraguaios, o caso se ampliou no país. Em 5 de março, o diretor geral da Direção de Migrações, Alexis Penayo, pediu demissão do cargo e criticou o Ministério do Interior pela demora na resolução do caso envolvendo Ronaldinho Gaúcho.
Inicialmente, o Ministério Público do Paraguai decidiu não acusar Ronaldinho e Assis por terem entrado no país com passaportes adulterados. De acordo com os promotores, os dois admitiram o erro — e, assim, a promotoria entendeu que eles “foram enganados em sua boa-fé”.
No entanto, o juiz Mirko Valinotti, do Juizado Penal de Garantias de Assunção, que ouviu os brasileiros, rejeitou o pedido do MP na ocasião.
Após a audiência que durou seis horas, o Valinotti decidiu que os dois seguiriam sendo investigados. A Justiça do Paraguai determinou a prisão preventiva dos irmãos Assis Moreira, alegando “risco de fuga e que o Brasil não extradita seus cidadãos”. No país, a prisão preventiva pode durar até seis meses.
Em 7 de abril, o juiz do Paraguai concedeu prisão domiciliar aos irmãos. Eles pagaram fiança de 1,6 milhão de dólares e, desde então, estavam hospedados em hotel no centro de Assunção, proibidos de deixar o pais.
Por G1