O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou nesta sexta-feira (28) que deixará o cargo por motivos de saúde. O premiê, porém, permanecerá exercendo suas funções até que o seu substituto seja nomeado.
“Minhas condições de saúde não são perfeitas. Problemas de saúde podem levar a decisões políticas erradas. Decidi renunciar ao cargo de primeiro-ministro”, disse Abe em entrevista coletiva em Tóquio.
Abe, de 65 anos, afirmou que voltou a sofrer recentemente de colite ulcerosa crônica, uma doença inflamatória intestinal não curável, que o forçou a renunciar em seu primeiro mandato (2006-2007).
“É angustiante ter que deixar meu emprego antes de realizar meus objetivos”, disse Abe, mencionando seu fracasso em resolver a questão dos japoneses sequestrados anos atrás pela Coreia do Norte e uma disputa territorial com a Rússia.
Em um país que já foi conhecido por rápidas passagens de seus primeiros-ministros, a sua partida marca o fim de uma era incomum. Abe, que se tornou premiê pela segunda vez em 2012, é o chefe de governo do Japão a ocupar o cargo por mais tempo em termos de dias consecutivos de mandato.
Colite ulcerosa crônica
Abe tem colite ulcerosa crônica desde que era adolescente. A doença foi controlada, mas em 2007 o forçou a deixar a função de premiê. O tratamento requer uma revisão contínua e vigilante. O tratamento atual requer injeções. Embora tenha sentido uma certa melhora, não há previsão para que a crise seja controlada.
O problema de saúde estava sob controle até o início deste ano, mas teve uma recaída em junho, quando ele fez um check up anual.
As preocupações com a saúde de Abe começaram neste verão e aumentaram neste mês, depois que ele visitou o Hospital Universitário Keio, em Tóquio, por duas vezes em uma única semana. A última consulta, na manhã de segunda-feira (24), durou cerca de oito horas.
Jornais antecipavam que Shinzo Abe deixaria o cargo de primeiro-ministro — Foto: Hiro Komae / AP Photo
Futuro premiê
O novo chefe de governo provavelmente será o vencedor das eleições pela presidência do Partido Liberal-Democrata, comandado atualmente por Abe. Posteriormente, ele precisa ser aprovado pelo Parlamento.
O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, e o ministro das Finanças, Taro Aso, são apontados como os nomes mais fortes para a sucessão.
O premiê não fez comentários sobre o possível sucessor, mas disse que “todos os nomes que circulam fazem referência a pessoas muito capacitadas”.
Por G1