A Suécia, que adotou uma estratégia mais suave e sem confinamento no combate à pandemia de do novo coronavírus, registrou no primeiro semestre de 2020 a maior taxa de mortalidade dos últimos 150 anos, informou nesta quinta-feira (30) o Escritório Nacional de Estatística do país.
Segundo os dados oficiais, 51.405 pessoas morreram na Suécia até junho, 4.600 a mais do que a média dos últimos cinco anos e uma quantidade que não era alcançada desde 1869. O primeiro semestre daquele ano teve 55.431 mortes, em meio a uma fome provocada por três anos consecutivos de colheitas ruins.
No início de 2020, o número de mortes foi inferior ao dos anos anteriores, mas a chegada do coronavírus Sars-CoV-2 disparou os números nos meses seguintes. Até junho, cerca de 4.500 pessoas morreram com Covid-19.
A sobremortalidade no primeiro semestre foi 10% superior em relação à média dos cinco últimos anos, alcançando o topo em meados de abril e caindo progressivamente até chegar a níveis normais no final de junho.
As mortes por covid-19 e a redução no número de imigrantes também fizeram com que no primeiro semestre fosse registrado o menor aumento populacional desde 2005, 24.801 pessoas, para um total de 10,35 milhões.
O número de novos contágios e mortes pelo coronavírus tem caído de forma progressiva nos últimos meses. Com base nos últimos dados, a Suécia totaliza 5.805 mortes causadas pela doença e 85.810 casos.
“A maioria das pessoas assumiu a responsabilidade e seguiu as recomendações. Temos menos mortes e menos pessoas em unidades de terapia intensiva. Mas a crise ainda não passou, e a situação continua sendo grave”, disse em entrevista coletiva o primeiro-ministro, Stefan Löfven.
O premiê anunciou nesta quinta-feira que a Suécia passou a integrar o acordo da Comissão Europeia com a farmacêutica AstraZeneca e que adquirirá cerca de 6 milhões de doses de uma futura vacina contra a covid-19.
Diferentemente dos demais países nórdicos, que enclausuraram a vida pública, a estratégia sueca consistiu em muitas recomendações e algumas proibições, mas sem fechar escolas, bares e restaurantes.
A Suécia apresenta uma taxa de mortalidade por covid-19 de 56,98 por 100 mil habitantes, cinco vezes maior do que a da Dinamarca e nove vezes maior do que a da Finlândia.