Uma super série – The Boys – Crítica da 2ª Temporada

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A série de The Boys surgiu como uma adaptação feita pela Amazon Prime Video de uma franquia de revistas em quadrinhos americana criada por Garth Ennis e Darick Robertson. A série apresenta um universo onde super-heróis realmente existem, e como a natureza falha humana poderia influenciar realmente nesse mundo. Na primeira temporada, foi nos apresentado os “The Boys”, um grupo liderado por Billy Butcher que pretende expor todos os podres dos super-heróis, e destruir essa imagem imaculada que a humanidade tem dos heróis.

Insano e ensanguentado

Com um enredo interessante, efeitos brutais e muita violência, The Boys conseguiu surpreender o mundo em 2019 com a primeira temporada da série. A 1ª Temporada fez grande sucesso, o que gerou muita expectativa para a sequencia da série que já tem a 3ª temporada confirmada. Muita expectativa nem sempre faz bem para um lançamento e isso já foi comprovado por vários títulos, mas The Boys consegue não só suprir todas as expectativas deixadas pela temporada passada como também superar tudo o que podia ser esperado. A nova temporada da série traz ainda mais diferenças do que foi mostrado nos quadrinhos, e isso não é nada ruim. Mesmo os quadrinhos sendo aclamados mundialmente, a série traz suas particularidades que a tornam excelente também.

A segunda temporada de The Boys vem carregada de conteúdo violento e sexual de uma forma incrivelmente explícita e gráfica, com isso pessoas sensíveis e menores de idade podem não ser o público alvo da série. Tanto sangue pode acabar por se tornar repetitivo e forçado em algumas outras produções, mas The Boys traz tudo isso de maneira que cativa o interesse do público do início do primeiro episódio até os créditos do último episódio. A nova temporada traz alguns temas polêmicos e muito presentes na sociedade hoje em dia. Sexualidade, racismo, xenofobia e todo tipo de preconceito são assuntos recorrentes durante os episódios. O roteiro traz esses assuntos a tona de maneira primorosa, nada forçada, que flui incrivelmente bem com o desenrolar da história.

Heróis ou nem tanto?

Um grande ponto positivo da primeira temporada foi a atuação do elenco, e isso foi até aprimorado para a segunda temporada. Podemos entender um pouco mais da motivação dos personagens  conforme o enredo mergulha na história de cada um. Karl Urban entrega novamente um Billy Butcher violento, que dedica a vida para acabar com os heróis. O ódio de Billy pelos heróis parece se tornar mais intenso quando se trata de Homelander, interpretado por Antony Starr. Homelander é o líder de uma equipe chamada Os Sete, que é a principal equipe de heróis da série. Antony Starr consegue melhorar sua atuação e entrega um Homelander mais sádico e insano do que nunca, capaz de fazer tudo para ter o que quer.

Um outro acerto da nova temporada é o elenco feminino. As personagens femininas da série tem maior participação na nova temporada e podemos conhecer um pouco mais de cada uma. Podemos acompanhar a evolução de Starlight (Erin Moriarty), enquanto a heróina procura lidar com toda a hipocrisia do mundo dos heróis. Kimiko (Karen Fukuhara) também é outra personagem que participa mais ativamente dessa temporada. Onde podemos conhecer um pouco mais da sua história de origem e ver um pouco mais dos seus poderes. Outra personagem feminina que tem maior destaque nessa temporada é a Queen Maeve (Dominique McElligott). Finalmente podemos conhecer um pouco mais da heroína, o que acaba por promover uma reflexão sobre como a mídia aborda o tema orientação sexual. A evolução de todas as personagens femininas da série é evidente após os acontecimentos da primeira temporada.

Em relação aos novos personagens, conhecemos Stormfront (Aya Cash). A heroína consegue ser o principal destaque da temporada levando o sadismo a um nível totalmente diferente. Aya Cash entrega uma grande atuação, coisa que uma personagem desse nível merece. Stormfront chega para ser a nova integrante dos Sete, ocupando o lugar vago deixado na última temporada. Os poderes da heroína podem ser comparados com os do Shazam da DC. Capaz de invocar descargas elétricas, voar, super força e resistência, a heroína se torna a primeira personagem da série a realmente poder ser comparada com Homelander. Essa comparação faz com que Homelander tenha, pela primeira vez, sua imagem como líder da equipe ameaçada. Com sua liderança ameaçada, podemos conhecer todo o potencial doentio de Homelander. Seus traumas de infância são revelados e os conflitos internos da equipe se tornam mais aparentes.

Redenção Filler

Podemos acompanhar também a saga de Deep (Christopher Chace Crawford), enquanto o herói busca de todas maneiras voltar para Os Sete. Se torna divertido  acompanhar todas as situações que o personagem se envolve e tudo que ele se sujeita passar só para poder voltar aos holofotes. Mas toda essa parte da temporada no fim das contas pode ser considerada como um filler, já que não influencia no andamento da história geral e por muitas vezes acaba atrasando o desenrolar da história. Outro aspecto que vem com o personagem, é a presença da Igreja em um universo que tem Super-heróis voando por ai.

Afinal, é bom?

A nova temporada consegue superar as expectativas dos fãs e entrega algo excelente. Um enredo cativante com diálogos atuais e personagens marcantes. Um Homelander que entrega toda a brutalidade que é esperada de um Superman sádico, e a novata Stormfront trazendo todo o charme que uma carnificina pode ter são os pontos altos da nova temporada.The Boys chega para provar que violência e absurdos em excesso podem sim se tornar algo bom no final se usados da melhor forma.

Amazon disponibilizará os três primeiros episódios a partir do dia 04 de setembro, e o resto dos episódios serão disponibilizados toda sexta-feira, terminando a temporada no dia 09 de outubro.

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