Qual torcedor nunca desejou vestir a camisa, calçar as chuteiras e entrar em campo para ajudar o time do coração a vencer e conquistar títulos? Aquela vontade passional que transforma o atleta? É um pouco do que tem vivido Pri Back no Grêmio. Torcedora do Imortal desde a infância, a meio-campista atualmente defende as cores do Tricolor Gaúcho, um sonho realizado por ela, que ganhará um capítulo ainda mais importante nesta quinta-feira (24): o primeiro Gre-Nal da história do Brasileiro Feminino.
Em entrevista exclusiva ao site da CBF, a jogadora explicou sua relação de amor pelo clube, que vem do berço. Mesmo nascida em Medianeira, município no interior do Paraná, Pri é gremista desde que se dá por gente e herdou a paixão de sua família.
“Minha família é todinha gremista. A gente já nasce com sangue azul (risos). Lá em casa sempre quando tem jogo a gente se reúne. Desde pequenininha, eu sempre amei o Grêmio. Agora poder usar essa camisa como jogadora mesmo, me faz sentir muito orgulho. Sempre foi um sonho poder jogar aqui. Tenho uma gratidão enorme pela oportunidade de estar aqui, tento sempre retribuir isso dentro de campo. Meu objetivo é crescer mais a cada treino e jogo para poder ajudar minhas companheiras. Só tenho sentimentos bons pelo Grêmio, e muita gratidão. Sem contar o carinho que tenho dos torcedores”, explicou a atleta de 29 anos.
Em Medianeira, é tradição. Se tem jogo do Grêmio, a família se reúne para assistir
Créditos: Arquivo Pessoal
Gre-Nal histórico
Nesta quinta-feira, a bola vai rolar para um Gre-Nal mais do que especial. Pela primeira vez na história, o Tricolor e o Colorado irão se enfrentar pelo Campeonato Brasileiro Feminino A-1. Em clássicos, o retrospecto de Pri Back não é dos melhores. Em três jogos, ela ainda não conseguiu derrotar o maior rival. Até por essa sequência incômoda, a meia do Grêmio não vê a hora de entrar em campo para reverter essa escrita. O embate será disputado às 15h (horário de Brasília), no Estádio Antônio Vieira Ramos.
“Já disputei alguns Gre-Nais, infelizmente com nenhuma vitória do Grêmio. Perdemos dois e empatamos um. Mas espero que esse ano seja diferente, ainda mais por conta desse jogo histórico, já que nunca teve esse clássico na A-1. Espero poder reverter esse placar, ganhar e fazer história no primeiro clássico no Brasileirão. Se Deus quiser vai dar tudo certo, quero ajudar com um golzinho, quem sabe. Estou ansiosa, já quero que chegue quinta-feira logo para pode jogar”, admitiu Back.
Pri Back em ação com as cores do Grêmio durante a disputa de um Gre-Nal no Gaúchão
Créditos: Jéssica Maldonado / Grêmio FBPA
O clássico gaúcho está repleto de ingredientes que aumentam ainda mais a mística dessa disputa. Como se não bastasse toda a história que envolve essas duas camisas, outro fator apimenta ainda mais o jogo: a disputa acirrada pela parte de cima da tabela. Em 3º e 4º no Brasileirão A-1, respectivamente, Grêmio e Internacional somam os mesmos 18 pontos e vislumbram, com uma vitória no Gre-Nal, se aproximar ainda mais dos líderes – Santos e Corinthians.
“Com certeza. A gente está na frente delas só pelo número de vitórias. Acho que elas têm três empates e a gente está com uma vitória a mais. Estar na frente do Inter é sempre bom. No Gre-Nal, não tem essa, se tiver uma disputa de ping-pong o Gre-Nal pega fogo. Gre-Nal é Gre-Nal, é diferente. Então a gente vai em busca dessa vitória para poder estar acima delas”, analisou.
Trajetória no Grêmio
Se hoje o Grêmio sonha alto e briga na elite do futebol nacional feminino, quando Priscila Back chegou ao clube a realidade era outra. Vinda do Iranduba-AM em janeiro de 2019, a meio-campista recusou ofertas de outros times interessados em seus talentos para realizar o sonho de defender seu clube do coração. Na época, o Tricolor figurava no Brasileiro A-2. Mas com o esforço de Pri e das demais ‘gurias’, o Imortal conseguiu o acesso.
Titular absoluta e um dos destaques do Grêmio nas últimas duas temporadas, Pri Back caiu nas graças do torcedor. A ‘motorzinho’ do clube gaúcho, como é conhecida devido ao seu ímpeto incessante no meio-campo, vive uma de suas melhores fases da carreira e é sinônimo de identificação no Tricolor. E sonha alto com a camisa do clube.
“Quando eu estava no Iranduba, eu acompanhava o Gre-Nal e tudo mais. Sempre torcia para o Grêmio, claro. Mas nunca passou pela minha cabeça de poder estar aqui. Poder vestir essa camisa pesa demais. Porque além de torcer, você vai poder estar ali dentro de campo ajudando mais o seu time do coração. Eu fiquei muito feliz (quando surgiu essa oportunidade). E quando cheguei, vi que elas (time) estavam na A-2, que era ruim. Graças a Deus pude disputar todos os jogos e ajudar as gurias para subirmos para A-1. Eu sonho alto e grande, então hoje o objetivo é chegar a disputar ali entre os primeiros, chegar entre os oito (melhores) e depois, quem sabe, disputar a final”, concluiu..
Pri Back ao lado de Livia, sua sobrinha e afilhada
Créditos: Arquivo Pessoal
Fonte: CBF
Crédito de imagem: Créditos: Arquivo Pessoal