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Pesquisa procura identificar a eficácia do óleo de pequi no tratamento de doenças de próstata

O pequi, nativo do Cerrado, é o fruto mais consumido e comercializado no Cerrado, e o mais estudado no aspecto nutricional, ecológico e econômico - Foto por: João de Melo/Empaer-MT

A pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Araguaia, a doutora da área de Morfologia, Kallyne Kioko Oliveira Mimura, está desenvolvendo um projeto científico denominado “Efeito da ingestão de óleo de pequi na atividade proliferativa e inflamatória da próstata do gerbilo sob influência de testosterona”.

Com fomento do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), o projeto tem como objetivo avaliar a ação do óleo da polpa do pequi na próstata de roedores, sob ação do hormônio masculino testosterona exógena.

A próstata é uma glândula que compõe o sistema reprodutor masculino e está localizada abaixo da bexiga envolvendo a uretra. Sua função é produzir parte do líquido seminal, que proporciona nutrição e facilita a movimentação dos espermatozoides.

As atividades fisiológicas dessa glândula são ativadas por hormônios sendo o principal deles a testosterona. O desequilíbrio nos níveis de testosterona pode promover o surgimento de várias doenças prostáticas como Hiperplasia benigna prostática (HBP), prostatite (inflamação), neoplasia intraepitelial prostática, atrofia inflamatória proliferativa e até mesmo o Câncer.

“Desse modo é importante o estudo de substâncias capazes de prevenir e tratar esses tipos de lesões. Nesse contexto destaca-se o pequi, fruto nativo do cerrado brasileiro, bioma considerado uma das maiores formações vegetais do Brasil. Além disso, o fruto destaca-se por possuir várias substâncias antioxidantes, anti-inflamatórias e antiproliferativas”, ressalta a pesquisadora.

Metodologia

Foram feitos vários experimentos em laboratório com seis grupos de animais, uma espécie de roedor muito usado em laboratório. Ao completarem seis meses de vida, fora coletado sangue periférico e da próstata, em que foi verificado que a testosterona aumentou significantemente a quantidade de neutrófilos em relação ao controle, e que o pequi inibiu esse aumento, visto que no grupo T+P a quantidade de neutrófilos foi significantemente menor que a apresentada pelo grupo T. Esses dados confirmam a ação anti-inflamatória do óleo de pequi.

A pesquisa em andamento pode concluir até agora “que o óleo de pequi desempenha um importante papel na manutenção da arquitetura tecidual da próstata, com ações anti-inflamatória e antiproliferativa, evidenciando seu potencial como um promissor fitoterápico no tratamento e prevenção de lesões prostáticas, como o câncer, além de agregar valor a um produto da biodiversidade do Cerrado, incentivando o desenvolvimento sustentável deste bioma”.

Sobre o pequi

O pequi, nativo do Cerrado, é o fruto mais consumido e comercializado no Cerrado, e o mais estudado no aspecto nutricional, ecológico e econômico. Com aproximadamente do tamanho de uma maçã e uma casca verde, no seu interior há vários caroços revestidos por uma polpa amarela e comestível. Por baixo dessa polpa há uma camada de espinhos finos, por isso o cuidado ao roer o fruto cozido. Seu período de produção é de novembro a janeiro.

Dia Nacional do Cerrado (11.09)

A pesquisadora destaca que o Cerrado “é um bioma com riquezas inestimáveis, suas características singulares fazem com que as plantas que o habitam tenham que se adaptar adquirindo características únicas e produzindo substâncias com potencial de prevenir e/ou tratar muitas doenças.   Dessa forma, o estudo das propriedades medicinais do pequi pode fornecer novas informações para subsidiar seu uso racional e seguro pela sociedade, o que também poderá contribuir para o desenvolvimento sustentável da região por meio da agregação de valor a um produto da biodiversidade local, contribuir para a preservação deste importante bioma”.

Fonte:
Widson Ovando | FAPEMAT

Crédito de imagem: O pequi, nativo do Cerrado, é o fruto mais consumido e comercializado no Cerrado, e o mais estudado no aspecto nutricional, ecológico e econômico – Foto por: João de Melo/Empaer-MT

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