Três vezes Pelé. Três vezes Brasil. Na Copa do Mundo de 1970, o Rei do Futebol escreveu o seu último e mais bonito capítulo nas Copas do Mundo. Camisa 10 de uma Seleção Brasileira recheada de craques, ele conduziu o Brasil a uma conquista histórica, que isolou o país como o maior campeão da história das Copas e garantiu a posse permanente da Taça Jules Rimet.
No Mundial do México, Pelé foi titular em todos os seis jogos da Seleção Brasileira, marcou quatro gols, deu seis assistências e foi eleito o Melhor Jogador da Copa do Mundo. Mais do que os gols, os passes, as jogadas e as vitórias, o Rei deixou o México com um legado incalculável. Amado por torcedores de todo o mundo, o Rei definiu, com notas de poesia e magia, sua trajetória com a Amarelinha.
Sob o comando corajoso de Zagallo, o Brasil foi à Copa do Mundo com uma escalação que reunia, ao redor de Pelé, jogadores do quilate de Tostão, Jairzinho, Rivellino e Gerson. Com a frustração de 1966 na bagagem, a Seleção chegou determinada a transformar a desconfiança em motivação. E foi assim desde o primeiro jogo.
Logo na estreia, o Brasil reencontrou a Tchecoslováquia, rival contra o qual o Rei se lesionou na Copa do Mundo de 1962. Desta vez, porém o final foi bem mais feliz. A Seleção até saiu atrás, mas virou o placar. Pelé fez o segundo gol da Amarelinha na partida, que terminou com vitória brasileira por 4 a 1.
Escalação da Seleção Brasileira para Brasil x Romênia na Copa do Mundo de 1970
Créditos: FIFA/Reprodução
Na segunda rodada, o Brasil teve provavelmente um dos jogos mais complicados da campanha. Contra a Inglaterra, os defensores do título mundial, a Seleção mostrou sua força e venceu por 1 a 0, com gol de Jairzinho. O Furacão da Copa marcou após assistência de Pelé. Para fechar a fase de grupos, a Seleção Brasileira derrotou a Romênia por 3 a 2, com mais dois gols de Pelé. Um deles, inclusive, de falta.
Na fase eliminatória, Pelé não foi às redes contra Peru e Uruguai, mas deixou sua marca com passes e com a habilidade que lhe fez famoso. Contra o Peru, participou dos gols brasileiros e liderou a Seleção em um combate complicado com La Albirroja, que tinha o genial Teofilo Cubillas. Diante do Uruguai, algoz na final da Copa do Mundo de 1950, Pelé comandou o Brasil e eternizou um lance em que a bola não entrou. Após receber lançamento rasteiro, o 10 usou o corpo para driblar o goleiro Mazurkiewicz e ficar sozinho com o gol. Mas a finalização cruzada passou raspando a trave e a jogada ficou marcado para sempre como exemplo da genialidade de Pelé, mesmo que não tenha terminado em gol.
Na final, contra a Itália, Pelé voltou a ser decisivo. Ele marcou o gol que abriu a vitória por 4 a 1 e ainda deu os passes para os gols de Jairzinho e Carlos Alberto Torres. O placar ficou completo por Gerson, o Canhotinha de Ouro. Aquela seria a última partida oficial de Pelé com a camisa da Seleção Brasileira. Após o apito final, o Rei foi celebrado no gramado do Estádio Azteca, festejado por torcedores, policiais e jornalistas presentes, que invadiram o gramado para comemorar com a delegação do Brasil.
Pelé comemora título da Copa do Mundo de 1970 no Estádio Azteca
Créditos: Reprodução/FIFA
Pelé na Copa do Mundo de 1970
Jogos: 6
6 vitórias (100% de aproveitamento)
4 gols
6 assistências
Melhor Jogador da Copa do Mundo