O prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), disse que a prioridade dele no terceiro mandado à frente da Prefeitura do Rio, será o combate à pandemia da covid-19. Paes quer pedir ao governo federal a liberação, para a capital, de até 450 mil testes para identificar a presença do novo coronavírus entre os mais de 6 milhões de testes disponíveis no Ministério da Saúde. O prefeito eleito já determinou que o futuro secretário municipal de saúde, o médico sanitarista e pesquisador Daniel Soranz, designado por ele na semana passada, procure o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para garantir a testagem na população, logo no início da nova administração.
A primeira reunião do dia de Paes será com Soranz para começar a definir o esquema para o aumento da testagem na capital. “O governo federal tem nesse momento uma quantidade de testes muito grande. A gente quer trazer, pelo menos de 400 mil a 450 mil testes”, disse hoje cedo na porta da sua casa na zona sul do Rio.
Ainda no combate à pandemia, o prefeito eleito vai trabalhar a reabertura dos leitos tanto municipais como estaduais e federais. “Tem leito em [hospital de] Acari. Tem leito na rede federal. Para isso o Daniel já vai começar a se articular, inclusive com o ministro da Saúde. Enfim, tratar da pandemia como ela deve ser tratada com atenção e com zelo, permitindo que o índice de letalidade da cidade o Rio de Janeiro possa reduzir drasticamente, apontou, acrescentando, que a recuperação da rede de saúde do município também é prioridade.
A pandemia vai ser prioridade e a recuperação da nossa estrutura de saúde, principalmente, as clínicas da família”.
Transporte
Paes, reconheceu que o transporte público lotado é uma dificuldade nesse momento de pandemia e disse não ter dúvida de que o serviço está muito ruim na cidade do Rio. “O BRT está sucateado. Uma parte da cidade está sem ônibus, se olhar para a zona oeste, o pessoal não tem ônibus mais. Transporte público, por mais que se melhore, vai ter sempre ali um espaço de aglomeração”, disse
Para o prefeito eleito, o importante agora, é que identificar medidas de distanciamento social no combate à pandemia, que sejam praticáveis e efetivas pela população. “Não adianta pedir coisas para a população que muitas vezes a gente sabe que ela não vai cumprir. Não vamos colocar do dia para noite uma quantidade de BRTs que faça com que o espaçamento exista”, completou.
Hospital de Campanha
A transferência do Hospital de Campanha do Riocentro, na zona oeste, para o governo estadual, conforme foi proposto pelo governador em exercício Cláudio Castro (PSC) ainda é uma questão em aberto. Paes contou que ontem o governador foi a sua casa para cumprimentá-lo pela vitória, mas não conversou sobre este assunto. “Vou analisar isso. Eu acho que em princípio não tinha necessidade do Hospital de Campanha. Tem uma quantidade de leitos tão grande no Rio inutilizados. Vamos ativar estes leitos, botar para funcionar. Agora, não tomei nenhuma decisão com relação ao Hospital de campanha.
Cedae
Sobre a privatização da concessão de serviços da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), o prefeito eleito disse que a discussão dessa questão precisa passar pelo município. “A cidade do Rio tem essa agenda do século 19 em pleno século 21, que é a falta de saneamento. Não dá para uma questão tão importante para a cidade do Rio de Janeiro, que é o grande ativo da Cedae, ser decidido e ser tratado sem a participação ativa dos interesses da cidade, ou seja, a participação ativa do prefeito. É também um tema que a gente vai ter que discutir”, pontuou.
Transição
O prefeito eleito vai começar a definir hoje o processo de transição e fazer a indicação da equipe que vai trabalhar nesse período. O fato de conhecer bem a prefeitura, de acordo com ele, vai facilitar, mas preferiu aguardar o resultado das urnas até por um pouco como superstição para começar a traçar a estrutura. “Daqui até o dia 1º de janeiro eu vou estar na ativa”.
“Vou cuidar muito bem [da cidade]. Os cariocas podem ter certeza que vão voltar a ter um prefeito que olha com atenção, principalmente, para as pessoas que mais precisam. A população mais pobre está sofrendo muito com a falta de serviços, falta de ônibus. Quero dessa vez, literalmente, cuidar das pessoas.
Abstenção
Paes considerou que os números de abstenções do segundo turno que representa 35,5% é um processo natural. “Era esperado isso, as pesquisas apontavam vantagem muito grande. Era esperado essa abstenção. No Brasil, na prática, a gente já está fazendo voto facultativo. Era normal e esperado não fiquei surpreso com essa abstenção”.
Maturidade
A diferença entre o prefeito do primeiro mandato, quando foi eleito em 2008, para este terceiro que vai começar, segundo ele, está na maturidade adquirida neste período. “A minha felicidade é a mesma. A minha garra é a mesma. A minha energia é a mesma. Talvez a experiência e a maturidade tragam mais o peso da responsabilidade sobre os nossos ombros. É um momento muito especial, mas um momento de muita responsabilidade, que tenho certeza que eu vou corresponder à expectativa da população. Eu disse ontem para a população: chegou o momento da gente celebrar, de comemorar e agora vamos olhar para frente. Aliás eu falo para o Brasil inteiro e para o mundo”, afirmou.
“O Rio está sob nova gerência. Venham para cá. Essa cidade vai voltar a ser uma cidade aberta, diversa e pronta para receber investimentos”, disse.
Edição: Valéria Aguiar
Fonte: Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
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