Em meio à pandemia, NBB terá protocolo rigoroso e sistema de sedes

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© Minas Tênis Clube/Divulgação

O duelo entre Fortaleza/Basquete Cearense e Campo Mourão, às 17h (horário de Brasília) desta terça-feira (10), no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, inaugura a 13ª edição do Novo Basquete Brasil (NBB), principal competição nacional masculino da modalidade. Devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), a forma de disputa será diferente de outras temporadas, com o primeiro turno jogado em sedes, para minimizar os deslocamentos das equipes e reduzir custos de logística.

Além do Maracanãzinho, mais seis ginásios foram selecionados pela Liga Nacional de Basquete (LNB), organizadora do NBB, para receber os 120 primeiros jogos da competição. Quatro são da capital paulista: Morumbi (São Paulo), Antônio Prado Júnior. (Paulistano), Wlamir Marques (Corinthians) e Henrique Villaboim (Pinheiros). Um está na região metropolitana de São Paulo, em Mogi das Cruzes (Professor Hugo Ramos, o “Hugão”). Já o outro fica no Instituto de Ensino Superior Planalto (Iesplan), em Brasília.

“É importante frisar que não há uma quantidade de jogos pré-definida por sedes devido à administração de logística das equipes e também às disponibilidades dos ginásios de cada sede. Por isso, será comum existirem sedes com sequências maiores de jogos e outras mais curtas”, explicou a LNB, em nota à imprensa.

Ainda de acordo com a organização, a manutenção do sistema de sedes pode ser mantido no segundo turno, conforme o estágio da pandemia e a disponibilidade das sedes. Uma reunião do Conselho de Administração da LNB, prevista para 8 de dezembro, decidirá a sequência da competição. Caso os clubes optem pelo sistema antigo, com partidas nos respectivos ginásios, será realizado um sorteio para definição dos mandos.

Entre um turno e outro, será realizada a Copa Super 8, marcada para 16 a 23 de janeiro do ano que vem. A competição reunirá os oito melhores times da primeira metade do NBB em um mata-mata, que dá ao campeão vaga na Champions League (antiga Liga das Américas, a “Libertadores” do basquete masculino) de 2022.

Protocolo de saúde

Os 16 times participantes da 13ª edição do NBB deverão seguir um protocolo de saúde rígido, desenvolvido pelo infectologista Max Igor Banks Ferreira Lopes, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), junto dos médicos Cláudio Cardone (Flamengo), Diogo Vilar e Diego Gadelha (ambos da Unifacisa). Os jogos não terão presença de público e os ginásios serão divididos em áreas com acesso restrito, com uso obrigatório de máscaras de proteção para aqueles que não estiverem envolvidos diretamente com a partida.

Atletas e membros de equipes passarão por três momentos distintos de testagens: durante os treinos que antecedem a competição (10 dias antes da estreia); antes das viagens e a cada sequência de partidas. Segundo a LNB, são feitos os três tipos de avaliação disponíveis para a covid-19: antígeno, sorológico e PCR. Há, ainda, um protocolo cardíaco específico para atletas diagnosticados com o vírus, cujo rigor será proporcional à gravidade dos sintomas.

“Os pontos fundamentais focaram em criar um ambiente seguro para todo o ecossistema envolvido com a competição por meio de ampla testagem (quase um teste a cada três dias e meio), medidas preventivas, restrições de acesso, distanciamento social, higienização, procedimentos claros de atuação em casos de contaminação e também a determinação do protocolo para um retorno seguro do atleta às quadras após um eventual contágio, dentre outros”, explicou Paulo Bassul, diretor técnico-operacional da LNB, em comunicado divulgado pela organização.

Novidades

O jogo que inaugura a nova edição do NBB reúne duas novidades. A caminho da nona participação, o Basquete Cearense firmou parceria com o Fortaleza, trocando as tradicionais cores laranja e branco pelo vermelho e azul do Leão do Pici. O clube renovou com oito jogadores e contratou dois nomes de peso: o ala Desmond Holloway, eleito melhor atleta da temporada 2017/2018 pelo Pinheiros; e o pivô Lucas Bebê, que defendeu o Toronto Raptors, da NBA (liga norte-americana), por quatro anos.

“Não vamos estar 100% nesse momento, mas esperamos que esse modelo diferente, de ficarmos juntos, seja importante para nós que nos reformulamos e ajuda no entrosamento, para fazer a diferença na quadra”, disse o auxiliar técnico Flávio Soares, o Espiga, em entrevista ao site oficial do Tricolor. Ele comandará o agora Fortaleza/Basquete Cearense até o técnico Alberto Bial se recuperar da covid-19.

Rival da equipe cearense na estreia, o Campo Mourão retorna ao NBB após quatro temporadas. A primeira (e única) participação foi em 2016/2017. O time paranaense teve a chance de retornar na edição passada, mas não cumpriu os requisitos necessários. Para 2020/2021, a história foi diferente. O clube fechou patrocínio máster (Vip Tech) e viabilizou a reestruturação do ginásio local, junto da prefeitura de Campo Mourão (PR) e do governo estadual.

“Estamos confiantes, já que apesar do pouco tempo, nós fizemos uma boa preparação e, por conta disso, esperamos fazer um bom jogo de estreia. Estamos com expectativa positiva para buscar uma vitória diante do Fortaleza Basquete Cearense nesta estreia, ainda mais se jogarmos dentro dos nossos conceitos defensivos e ofensivos”, comentou o técnico Emerson de Souza, em nota à imprensa.

A principal cara nova da competição, porém, estreará somente na próxima segunda-feira (16). O Cerrado Basquete, de Brasília, disputa pela primeira vez o NBB. Assim como o Campo Mourão, a equipe não conseguiu mostrar que teria condições financeiras de disputar a edição 2019/2020, o que acabou adiando, em uma temporada, o sonho de competir no principal torneio da modalidade no país.

Atual campeão

Ainda nesta terça-feira, mas às 20h, jogam Flamengo e Minas Tênis Clube. Como a edição passada não foi concluída, o Rubro-Negro é o último campeão do NBB, tendo conquistado a edição 2018/2019 na decisão contra o Sesi Franca. Na atual temporada, o time carioca renovou com 11 jogadores e trouxe três reforços importantes: o armador Yago (ex-Paulistano), o ala/armador Chuzito González (ex-San Lorenzo, da Argentina) e o pivô Rafael Hettsheimeir (ex-Franca). Na quadra, venceu o Estadual com facilidade e ficou com o vice da Champions League, superado pelos argentinos do Quimsa na final.

“Na última temporada, estávamos na primeira posição, mas infelizmente, a pandemia interrompeu. Agora vamos estrear de uma forma atípica, sem a presença da nação, mas sabendo o que temos que fazer para vencer. O caminho é longo, porém, temos grandes objetivos”, afirmou o armador Franco Balbi ao site oficial do Flamengo, dono de seis títulos do NBB.

O Minas, por sua vez, só renovou com o técnico Léo Costa e com o armador Davi Rosseto. Este último já defendeu o Flamengo, assim como o pivô JP Batista e o ala/pivô David Nesbitt, dois dos reforços trazidos para a temporada. Outra novidade no elenco é o ala/armador David Jackson, destaque do Sesi Franca nas últimas edições do NBB.

“Embora [o formato] não seja o que estamos acostumados, o importante é estarmos de volta, com segurança e fazendo o que a gente ama. Temos nos preparado muito bem, foi formada uma excelente equipe, que no dia a dia vem trabalhando muito duro, para que, o quanto antes, nos entrosemos e possamos alcançar os objetivos para a temporada”, avaliou Rosseto, em depoimento ao site do Minas.

Também competem na edição 2020/2021 do NBB: Bauru, Brasília, Caxias do Sul, Corinthians, Sesi Franca, Mogi das Cruzes, Pato, Paulistano, Pinheiros, São Paulo e Unifacisa. Destes, somente Bauru (2017) e Paulistano (2018) já conquistaram o título da competição. O Brasília atual não é o mesmo que competiu até 2017 e foi tricampeão do torneio.

Edição: Carol Jardim

Fonte: Lincoln Chaves – Repórter da Rádio Nacional e da TV Brasil – São Paulo – Agência Brasil – São Paulo
Crédito de imagem: © Minas Tênis Clube/Divulgação