Evento apresenta experiências para a segurança de crianças online

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© Marcello Casal JrAgência Brasil

As crianças vêm se tornando um público cada vez mais frequente na Internet e no uso de tecnologias digitais. Com a ampliação da conectividade, aparecem tanto potencialidades quanto riscos. Práticas diversas, como ciberbullying, discurso de ódio, abuso na coleta e tratamento de dados e exploração comercial deste público vêm levantando preocupações de governos, pesquisadores, empresas e associações da sociedade civil.

O Comitê Gestor da Internet (CGI.Br) realizou esta semana o evento “Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet” para discutir o tema, em parceria com entidades como o Instituto Alan. O encontro apresentou diversas iniciativas em curso para promover um uso seguro e saudável para meninos e meninas na Web.

O próprio CGI mantém um portal denominado Internet Segura. Nele, é possível encontrar diferentes tipos de materiais, de panfletos a vídeos sobre diferentes temas. Os conteúdos são especificados para distintos públicos, como crianças, adolescentes, pais e educadores, técnicos e interessados em geral.

O portal ensina, por exemplo, como evitar confiar e compartilhar boatos, como fortalecer suas senhas e procedimentos de segurança, como configurar verificação em duas etapas, como proteger dispositivos móveis e como se prevenir de códigos maliciosos. Recentemente, foram publicados no site alertas sobre cuidados neste momento de pandemia do novo coronavírus.

O projeto Educamídia, do Instituto Palavra Aberta, também mantém um site. Nele é possível conferir matérias e recursos diferentes para desenvolver atividades de formação voltadas para uma análise crítica do uso de meios de comunicação e tecnologias digitais, como planos de aula, glossário interativo, jogos e uma websérie.

“Estamos tratando criança como nativos digitais, acreditando que já vem de fábrica com chip que permite que ele tenha facilidade no uso de dispositivos . Mas há uma dificuldade de entendimento sobre o potencial de oportunidades que este ambiente traz e potencial de risco e de exposição”, pontuou Patrícia Blanco, diretora do Instituto Palavra Aberta.

Cursos e práticas

A Fundação Getúlio Vargas disponibilizou diversos cursos do que chama de “formação em direitos humanos digitais”. As atividades tratam de temas como imagem e direitos na Web, acesso à informação, ciberbullying, democracia digital, intimidade na Internet, dados para o bem e superexposição na Internet.

Os cursos são gratuitos e abertos e podem ser encontrados no site da FGV. O coordenador do projeto, Gustavo Klafke, lembrou que os professores não podem ser considerados super-heróis que resolverão todos os problemas de crianças a adolescentes, mas devem ser apoiados uma vez que são referência importante.

“Se pegar a pesquisa TIC educação [elaborada pelo Comitê Gestor da Internet], a frequência com que professor se depara com pedidos de orientação de alunos, a gente ouve problemas tão específicos que mereciam uma atenção especial, como bullying”, destacou.

A plataforma Pilares do Futuro também possui conteúdo gratuito e disponível na Internet. O foco são práticas educativas sendo realizadas em escolas por profissionais de educação. No site é possível tanto encontrar exemplos de atividades quanto publicar exemplos bem sucedidos.

As experiências são avaliadas por uma equipe de curadoria, e indo ao encontro dos parâmetros da plataforma podem ser publicadas. Além disso, a entidade responsável pelo projeto, EducaDigital, também promove eventos de formação com escolas, professores e trabalhadores da área de educação.

“Queremos incentivar autorias de professores e alunos a realizar boas propostas. Temos que envolver os alunos, eles precisam ser ativos no processo de co-criação de práticas. E queremos promover a cultura da colaboração entre escolas”, disse Priscila Gonsales, da equipe do projeto.

Edição: Aline Leal

Fonte: Jonas Valente – Repórter Agência Brasil – Brasília
Crédito de imagem: © Marcello Casal JrAgência Brasil