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Incertezas na venda e estiagem mantêm preços de hortifrútis em alta

Em um comparativo da 1ª semana de março com o mesmo período de novembro, diversos itens comuns na mesa do mato-grossense ainda seguem em ritmo de alta - Foto por: Lucas Diego- Seaf

Mesmo após o início das chuvas e a retomada gradativa do comércio, a crise global de saúde, causada pela Covid-19, ainda afeta o mercado de hortifrutigranjeiros em Mato Grosso. Esta é a conclusão da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) ao analisar os preços dos 69 principais produzidos pela agricultura familiar. Em um comparativo da 1ª semana de março com o mesmo período de novembro no comércio hortifrúti da Central de Abastecimento de Cuiabá, diversos itens comuns na mesa do mato-grossense ainda seguem em ritmo de alta.

Quiabo, abacate, milho verde, jiló, pimenta-de-cheiro, banana maça, tomate e batata lisa estão em ritmo crescente nos preços. Segundo a técnica da Seaf, Doraci Maria Siqueira, essa alta é consequência ainda da pandemia. “Com receio de plantar e não ter para quem vender, já que por muitas semanas o comércio ficou fechado, o agricultor familiar paralisou as atividades de plantio e essa decisão acarretou em uma diminuição drástica na oferta dos hortifrutigranjeiros. E com menos produtos em venda os atacadistas tiveram de recorrer a outros estados, com custos de frete, os preços dos itens trazidos de fora subiram”, explica a técnica de carreira da Seaf. Ela acrescenta ainda que a seca prolonga foi outra causa para o aumento. “Os daqui que decidiram manter o cultivo, mas que não têm irrigação na propriedade, tiveram perdas significativas com a demora do período de chuvas”, acrescenta.

Na sequência de alta de preços, a caixa de 14kg do quiabo de R$ 28 subiu para R$ 85. Esse aumento é de 204% em um período de oito meses. A caixa de 20kg do abacate em março era comercializada ao preço de R$ 60. Nesta semana essa mesma quantidade está ao preço de R$ 160, um acréscimo de 167%.

A caixa com 15kg de jiló e 8kg de pimenta-de-cheiro aumentou 116%, passando de R$ 60 para R$ 130 ambos. Milho verde, saca com 45kg, e a banana maçã, caixa com 20kg, dobraram de valor. De R$ 50 foram para R$ 100. Já o tomate, caixa com 20kg, aumentou 50% ao passar de R$ 80 para R$ 120. A batata lisa está 42% mais cara, já que a saca de 50kg passou de R$ 120 para R$ 170.

Queda

Na contramão de alta de preços aparece a cenoura. A raiz reduziu 32%. Em março a caixa de 22kg da cenoura era vendida a R$ 60, e neste mês reduziu para R$ 40.

A mandioca e o limão tahiti estão em ritmo de desaceleração de preços. Em setembro o saco de 22kg da fruta ácida custava R$ 100. Nesta semana está ao preço de R$ 50, mas em março passado custava R$ 35. De setembro a novembro o limão reduziu 50%, porém no comparativo de março e novembro, ele está 42% mais caro.

Já a mandioca, que em outubro chegou a ser vendida a R$ 140  a saca de 50 kg, nesta semana está sendo comercializada a R$ 100, mas em março custava R$ 50.

A tendência, ainda segundo Doraci Siqueira, é que nas próximas semanas, os preços dos produtos produzidos dentro do Estado registrem redução, já que a produção local começa a normalizar.  

Cotação

A cotação de preços dos principais produtos da agricultura familiar é realizada semanalmente, todas às terças-feiras sempre às 5h. Os responsáveis pelo serviço são os técnicos da Seaf, Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e a prefeitura de Cuiabá.

A pesquisa de preço é realizada na Central de Abastecimento de Cuiabá, levando em conta o preço mínimo mais comum, além preço máximo dos produtos encontrados nas barracas em três horários distintos durante o período matutino.

Fonte: Luciana Cury Seaf-MT
Crédito de imagem: Em um comparativo da 1ª semana de março com o mesmo período de novembro, diversos itens comuns na mesa do mato-grossense ainda seguem em ritmo de alta – Foto por: Lucas Diego- Seaf

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