A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro esclareceu hoje (25) a razão da queda no número de leitos de UTI no estado. Segundo o órgão, o fechamento de vagas exclusivas para pacientes de covid-19 na rede privada e o pico de casos são os responsáveis pela alta taxa de ocupação registrada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).
De acordo com a SES, a queda temporária no número de casos de covid-19 foi responsável pela desativação de 380 leitos – que passaram a ser disponibilizados para pacientes em geral.
A SES informa ainda que já está prevista a mobilização de 214 leitos em diversos hospitais do estado, o que deve ajudar a estabilizar a taxa de ocupação.
Na rede pública, o aumento das vagas será realizado conforme a necessidade de atendimento e aumento dos casos. A SES afirmou que o município do Rio de Janeiro tem potencial de crescimento de 123 leitos de UTI e de 292 unidades de enfermarias. Com isso, a capital chegaria ao total de 394 leitos de UTI e 922 de enfermaria.
Taxa de ocupação
A taxa de ocupação de hoje (25) em todas as unidades da rede estadual de saúde do estado do Rio de Janeiro está em 85% dos leitos de UTI e em 47% em leitos de enfermaria. Segundo a SES, no total, 229 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência na rede pública para leitos de internação. Entre esses pacientes, 114 são para enfermaria e 115 para UTI, que podem ser regulados para diferentes redes, seja ela municipal, estadual ou federal.
Já no município do Rio de Janeiro, a taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais, é de 91% e de 69% nos leitos de enfermaria. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a rede municipal possui 901 leitos para covid-19. Destes, 271 são de UTI.
Outras doenças
O órgão reconheceu que houve uma alta de 20% nos atendimentos na rede básica municipal, especialmente de pessoas que apresentam síndrome gripal e viroses respiratórias. O diagnóstico de covid-19 é feito em paralelo a uma avaliação pulmonar feita com auxílio de tomógrafos.
Para a prefeitura, os 27 equipamentos deste tipo – espalhados em diversos bairros da capital – garantem diagnósticos mais rápidos e tratamento preventivo para evitar o agravamento e a ocupação por mais tempo dos leitos. A orientação é que pessoas com suspeita da doença procurem primeiramente as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Além disso, a administração municipal garantiu que há equipamentos novos em algumas unidades da rede pública, inclusive com a possibilidade de empréstimo de equipamentos para municípios vizinhos. A Prefeitura do Rio, no entanto, lembrou que é necessário ter profissionais de saúde para operar as máquinas e há, ainda, necessidade de medicamentos.
As duas medidas já foram encaminhadas aos governos federal e estadual. Segundo a SES, já está em andamento o processo de contratação de médicos para reforçar o atendimento aos pacientes de Covid-19.
Eventos públicos
A Vigilância Sanitária do município do Rio de Janeiro informou que os organizadores de eventos podem ser punidos com a cassação de licença de funcionamento se as medidas para prevenir a contaminação pela covid-19 não forem cumpridas. Fiscais do estado registraram diversos eventos públicos onde as medidas não foram respeitadas.
Multas de até R$ 13 mil e cassação de licenças podem ser aplicadas para quem desobedecer. De acordo com a Prefeitura do Rio, os organizadores pedem aos órgãos municipais a permissão de realizar eventos com no máximo de até 500 pessoas e na hora acabam recebendo até 4 mil pessoas. Conforme a administração municipal, não será mais aceito o argumento dos organizadores de que não podem impedir a entrada de frequentadores que em muitos casos chegam de longe.
A fiscalização aos locais com aglomeração vai contar agora com o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, que poderá encaminhar para a delegacia quem não cumprir as regras.
A Vigilância reforçou a necessidade do uso de máscara e de higiene das mãos com água sabão e álcool em gel.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
Fonte: Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
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