“Quero esclarecer em primeiro lugar que o termo ‘prevenção ao câncer de próstata’ é errado. O que existe é a detecção precoce, o diagnóstico cedo para que possa ser realizado o tratamento adequado e atingir um alto índice de cura para esses pacientes.” Foi com essa ressalva que o médico urologista Newton Tafuri deu início à live “Roda de Conversa sobre Doenças da Próstata”. A live foi transmitida nesta semana no canal de Youtube da Controladoria Geral do Estado (CGE-MT), em alusão à campanha Novembro Azul.
O câncer de próstata é a doença mais comum entre os homens e representa 28,6% das causas de óbitos, segundo dados recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os exames periódicos são indicados para homens com mais de 45 anos, já que a melhor chance de garantir a cura é o diagnóstico precoce.
Para o médico Tafuri, que possui 30 anos de carreira, é membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e atual presidente da seccional Mato Grosso da SBU, muitos pacientes deixaram de ir ao urologista atualmente e fazer o rastreamento por causa do medo de pegar Covid-19.
Apesar de apresentar alta chance de cura, pela detecção precoce, é a segunda maior causa de mortes em pessoas do sexo masculino. “O isolamento social fez com que muitas pessoas deixassem de fazer o exame preventivo, o que contribuiu para o aumento dos diagnósticos em fases mais avançadas da doença. Se a procura pelos médicos já é uma barreira que precisa ser desconstruída, na pandemia, a ausência de tratamento é ainda maior, o que pode transformar em casos mais complicados e que, na maioria das vezes, exigiria um tratamento menos invasivo”, disse.
Tafuri explicou que, na fase inicial, a doença não apresenta sintomas aparentes. Contudo, quando se encontra em estado avançado, alguns sintomas podem ser identificados: dor óssea; dor ao urinar; vontade frequente de ir ao banheiro; presença de sangue na urina ou no sêmen.
Quanto mais inicialmente for diagnosticado, maiores serão as chances de cura, além de permitir um tratamento menos agressivo e mutilante. Veja alguns fatores de risco:
- A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos;
- Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias;
- Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado;
- Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio), arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.
Estatísticas
O câncer de próstata é considerado uma doença da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos, mesma faixa etária pertencente ao grupo de risco da Covid-19, fator que dificulta ainda mais a procura pelos exames de rotina. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer, 65,8 mil homens devem ser diagnosticados com câncer de próstata neste ano. A doença ocupa a primeira posição no Brasil.
O médico ressalta que, por esse motivo, é importante que todos os pacientes recebam também tratamento afetivo emocional, que é qualidade de informações do tratamento, auxílio psicológico, formação de grupos de apoio para autoaceitação e, em muitos casos, uso de medicações antidepressivas, de acordo com o quadro apresentado, para assim melhorar a qualidade de vida, aumentando as chances de recuperação do paciente.
A live foi finalizada com o pedido do urologista para que o paciente procure um profissional e converse, tire suas dúvidas e, assim, quebre o preconceito. A detecção e o tratamento precoces podem salvar vidas.
A transmissão on-line foi realizada como parte do Programa Viver com Qualidade, voltado à disseminação interna de práticas e orientações para fomentar a saúde e a qualidade de vida dos servidores da CGE-MT.
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Fonte: ThaÃs Olegário CGE-MT
Crédito de imagem: Roda de Conversa sobre Doenças da Próstata foi conduzida pelo urologista Newton Tafuri – Foto por: Comunicação/CGE-MT