Estudos realizados pelo Observatório Nacional de Transporte e Logística da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), ligada ao Ministério de Infraestrutura, apontaram que melhorias feitas em rodovias federais nos últimos dez anos reduziram o valor do frete agrícola em uma média de 11%. Com isso, pela primeira vez na história, o custo de transporte de uma carga de soja enviada do Mato Grosso para a China foi menor do que a de uma com origem no Meio Oeste dos Estados Unidos.
O artigo técnico publicado pela EPL expõe que a pavimentação da BR-163, que liga o Pará ao Mato Grosso, gerou altos ganhos de competitividade para o agro brasileiro. Uma carga saída de Sinop (MT) com destino a Miritituba (PA) chegava a ter um custo extra de US$11,70 por tonelada. O frete, então, calculado em US$103,80 por tonelada conseguiu ter uma queda de aproximadamente 20% graças à melhora em infraestrutura e chegou a US$84,48/t.
Entre os principais custos que tiveram economia estão os desatolamentos, desgastes de veículos, perda física e/ou contaminação de carga e demurrage, que é o custo de espera dos navios nos portos quando há atraso de recebimento de mercadorias. Somente os atolamentos chegavam a representar mais de 44% dos custos extras.
A expectativa do Ministério da Infraestrutura é de que os investimentos em ferrovias consigam diminuir o valor de frete agrícola ainda mais. Nesta simulação de carga enviada de Sinop à Miritituba, a promessa é de que a Ferrogrão consiga causar uma queda no frete atual de US$84,48/t para US$66,70/t.
De acordo com o ministro Tarcísio Freitas, em entrevista coletiva virtual realizada na manhã desta segunda-feira, 14, os editais de concessão de trechos da Ferrogrão e da Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) devem ser publicados ainda em dezembro. Os leilões devem ser concluídos em 2021.
Por Paola Cuenca, de Brasília