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Tradição e superação: a trajetória do Avaí-Kindermann até sua segunda final de Brasileirão Feminino

A história do Avaí-Kindermann no futebol feminino pode ser definida em uma palavra: luta. Iniciando os trabalhos no futsal em 2004, o time representa Santa Catarina nos gramados desde 2008, conquistando dez títulos do Campeonato Catarinense e uma Copa do Brasil. Porém, não foram só vitórias nesse caminho. Em 2015, uma tragédia interrompeu os trabalhos, que retornaram quase dois anos depois. O clube foi reconquistando seu espaço no cenário nacional, crescendo ano a ano, em uma caminhada que chega ao seu ponto mais alto neste domingo, com a final do Brasileirão Feminino A-1.

A cidade de Caçador, casa da equipe, ficou pequena para elas no início. Vice-campeãs nacionais em 2014, após a disputa da final contra a Ferroviária, as Avaianas Caçadoras levaram o troféu da Copa do Brasil em 2015 e viviam uma grande fase, tendo, inclusive, uma vaga na Copa Libertadores de Futebol Feminino. Porém, em dezembro de 2015, o trágico assassinato do treinador da equipe quase acabou com uma história vitoriosa, já que o Kindermann optou por encerrar as atividades por tempo indeterminado. Dois anos depois, o clube decidiu que era hora de voltar. Foi então que o técnico Jorge Barcellos chegou, o time se recuperou, superou o triste passado e reiniciou os trabalhos.



Kindermann venceu o título da Copa do Brasil em 2015
Créditos: Rafael Ribeiro / CBF

A tragédia

O dia 11 de dezembro de 2015 jamais será esquecido pela cidade de Caçador e a comunidade do futebol feminino. Segundo a investigação policial, na manhã daquela sexta-feira, Carlos José Correa, que era ex-treinador do clube, foi ao famoso hotel da família Kindermann e, armado, rendeu um funcionário no local. O objetivo do antigo funcionário, demitido por viajar embriagado no primeiro semestre daquele ano, era assassinar todos os sete nomes de uma lista feita por ele. Após muito nervosismo entre os reféns e diversas ameaças, Josué Henrique Kaercher, comandante da equipe feminina, tentou acalmar Carlos, que atirou no técnico e ainda tentou fazer o mesmo com Richard Kindermann, vice-presidente do clube. A arma, entretanto, falhou e, depois de muita luta, o ex-técnico acabou preso.

Josué ainda foi socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo. O crime abalou a cidade e, apesar de toda dedicação pelo projeto, a diretoria optou por interromper os trabalhos por tempo indeterminado.

O retorno

Apesar de continuar com a admiração da cidade e do esporte nacionalmente, o time do Kindermann ainda tinha uma ferida difícil de ser fechada. Depois de muita conversa, veio a decisão de reverter o encerramento definitivo para aproveitar a vaga garantida no Brasileiro. Com o objetivo de voltar entre os melhores, o Kindermann buscou um dos principais nomes no esporte feminino para renascer e voltar a brilhar pelo país. Jorge Barcellos, medalhista de ouro como técnico da Seleção Brasileira nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007, foi o escolhido para comandar a nova geração de futuras vencedoras da modalidade catarinense.



Jogo de ida da final do Brasileirão Feminino A-1 2020 – Avaí-Kindermann x Corinthians
Créditos: Thais Magalhães/CBF

O caminho até a final

E foi assim que o caminho até a final começou. Depois de um ano de reconstrução, o Avaí-Kindermann voltou a figurar as fases decisivas do Brasileiro Feminino. Em 2018, avançou às quartas de finais, caindo para o Flamengo. No ano seguinte, chegou até a semifinal e por pouco não foi finalista, parando na Ferroviária nos pênaltis.

Agora, em 2020, o cenário é diferente e o que foi tão esperado pelo clube. Disputando a final após seis anos, o duelo contra o Corinthians está aberto, já que o jogo de ida ficou em 0 a 0 na Ressacada, em Florianópolis (SC). Na volta, marcada para o dia 6/12, domingo, o objetivo será apenas um: colocar o Avaí-Kindermann de volta no topo.

Fonte: CBF
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