Em meio às tensões entre União Europeia (UE) e farmacêuticas desenvolvedoras de vacinas contra a Covid-19, a Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, anunciou nesta sexta-feira (29), que exportações de imunizantes agora vão precisar de autorização dos estados-membros.
Em comunicado enviado à imprensa, a Comissão chamou a medida de “esforço para garantir acesso às vacinas para todos os cidadãos da UE e para resolver a atual falta de transparência das exportações”, neste contexto de escassez de vacinas em todo o mundo.
“É razoável que a UE monitore a forma como os fundos desembolsados em acordos de compra antecipada foram utilizados”, afirma a nota.
O decreto da Comissão vem no mesmo dia em que a farmacêutica Moderna comunicou à Itália e à França que não conseguirá entregar todas as doses da vacina contra a Covid-19 contratadas para fevereiro, diante da alta demanda.
Nesta semana, a AstraZeneca foi duramente criticada pelo bloco pela dificuldade em cumprir o cronograma de entrega da vacina que desenvolve em parceria com a Universidade de Oxford.
– Proteger a saúde dos nossos cidadãos continua a ser a nossa maior prioridade e devemos pôr em prática as medidas necessárias para o conseguir. Esse mecanismo de transparência e autorização é temporário e, é claro, continuaremos a manter nossos compromissos com os países de baixa e média renda – diz a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Por Estadão