Até o dia 19 de abril, cariocas e turistas poderão apreciar a arte da japonesa Chiharu Shiota, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB Rio), localizado na Rua Primeiro de Março, centro da capital fluminense. Depois de passar por Brasília e São Paulo, onde foi vista por cerca de 200 mil pessoas, a exposição Linha da vida chega ao Rio, oferecendo ao público visitas mediadas que ocorrem aos domingos, às segundas, quartas e sextas-feiras, às 12h e às 16h.
Ao todo, são 70 obras que compõem a mostra retrospectiva, inédita no Brasil, abrangendo desde o início de sua produção artística até os dias atuais. Chiharu Shiota nasceu em Osaka, Japão, em 20 de maio de 1972, e iniciou a carreira em 1994. Está radicada há 23 anos em Berlim, na Alemanha.
Concebida especialmente para o CCBB, a mostra apresenta um panorama de obras produzidas por Chiharu Shiota em sua carreira, reunindo pinturas, objetos, litografias, desenhos e vídeo, além de três instalações, idealizadas para a exposição. De essência fortemente autobiográfica, a obra de Shiota procura dialogar com a transitoriedade da vida por meio de instalações efêmeras e uso de materiais do dia a dia, como fios de lã. Ela usa também em sua produção pertences pessoais, entre os quais chaves, roupas, cartas, móveis e barcos. A curadoria é de Tereza de Arruda.
Transitoriedade
As 70 obras estão organizadas em cinco núcleos e representam um convite da artista para que o público reflita sobre a vida e seu propósito, conexões e memórias. “Eu, meu eu, minha emoção e o material fazem parte do ritual de criar arte”, disse ela. Em 2015, Shiota já era reconhecida como uma das maiores artistas contemporâneas do mundo. Foi a primeira artista a viver fora do Japão, convidada, naquele ano, a representar seu país de origem no Pavilhão Japonês, na Bienal de Veneza.
A exposição Chiharu Shiota Linhas da vida é sua primeira mostra retrospectiva na América Latina a percorrer as cidades de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. A própria artista convida: “A exposição itinerante Chiharu Shiota Linhas da Vida apresenta várias características da vida humana, como a nossa existência, a morte e os relacionamentos. Assim que o espectador entrar no espaço criado, quero que ele reflita sobre sua vida, seu propósito, suas conexões e sua memória. Com minhas instalações, como a obra central Além da memória, quero unir as pessoas no Brasil, não importando sua origem, sua posição social, formação educacional, nacionalidade ou qualquer outro fator divisor. Como humanos, devemos nos unir e questionar o nosso propósito na vida e o por quê de estarmos aqui”. A cor vermelha, que remete à Bandeira japonesa e à vida, ao cordão umbilical, é uma das bases do trabalho de Chiharu Shiota.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Crédito de imagem: © Tomaz Silva/Agência Brasil