Diante do avanço da pandemia do novo coronavírus (covid-19) no Brasil e no mundo, o técnico do Palmeiras, o português Abel Ferreira, rejeitou nesta sexta-feira (29) a ideia de que a final da Copa Libertadores amanhã (30) contra o Santos seja um jogo de vida ou morte, embora sua equipe esteja focada em conquistar o bicampeonato continental para o Palmeiras e lhe dar seu primeiro título como treinador.
Para o português, a verdadeira pressão num momento de pandemia que já matou mais de 220 mil pessoas só no Brasil está sobre médicos, enfermeiros e profissionais de saúde na linha de frente do combate à covid-19.
“Quando falamos em pressão de fato tem um enfermeiro, um médico que está na frente lidando com algo que pode tirar a vida. Isso que é de fato pressão”, disse o treinador na véspera da decisão que será disputada no Maracanã. “A pressão que vivemos é diferente. Pressão é de vida ou morte. Nós queremos ganhar, competir, e aconteça o que acontecer vamos seguir em frente. As pessoas que estão na luta para nos livrar da maldita pandemia é que são verdadeiros heróis e que mereciam protagonismo”, acrescentou.
Reconhecimento do gramado ✅
Próxima parada: estádio Nilton Santos para o treino de hoje 👊💪#AvantiPalestra #AlmaECoração pic.twitter.com/40U016V5vX— SE Palmeiras (@Palmeiras) January 29, 2021
O lusitano, de 42 anos, levou o Palmeiras a uma campanha invejável nesta edição da competição e amargou apenas um tropeço, a dramática derrota para o River Plate em São Paulo, por 2 a 0, após uma vitória histórica por 3 a 0 em Buenos Aires (Argentina).
O jogo contra o River ainda está vivo na memória do treinador e no dia-a-dia do Verdão.
“É através desses jogos que nós preparamos para final”, afirmou Abel ao garantir que seu time não mudará a identidade nem a forma de jogar contra o Santos.
Ele ainda busca o primeiro título na carreira e disputará neste sábado (30) sua primeira partida no emblemático estádio do Maracanã.
“Sempre ouvi falar do Maracanã como templo do futebol e tenho oportunidade única, desafio, emoção, honra e prazer de disputar um título aqui”, disse.
Do outro lado, o técnico do Santos, Cuca, conhece o estádio como a palma da mão. Já viveu momentos históricos à frente de Flamengo, Botafogo e Fluminense, equipes que frequentam constantemente o Maracanã.
“Tenho grandes lembranças e memórias desse estádio, principalmente o antigo”, afirmou Cuca ao se referir ao estádio antes das reformas para a Copa das Confederações em 2013 e para a Copa do Mundo de 2014.
Peixão vai fazendo o reconhecimento do gramado do Maraca. #PeloTetraDaLiberta pic.twitter.com/JuNBoEoAlX
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Diferença de idade
Assim como o técnico adversário, o experiente Cuca, que ganhou a Libertadores em 2013 pelo Atlético Mineiro e é 15 anos mais velho que seu rival de sábado (30), também não revelou o time que vai colocar em campo.
O Santos é o dono da segunda melhor campanha da competição, atrás apenas do Pameiras.
“É um jogo sem favorito… A gente vai chegar forte e no máximo de concentração”, declarou Cuca.
“Tenho 57 e o Abel 42 anos, mas isso não é vantagem. Com 42 eu tinha uma energia maior que tenho hoje. O Abel vai ter muitos títulos quando tiver 57 anos, porque ele é um ótimo treinador. Seguirá o caminho de conquistas”, disse Cuca, afirmando, no entanto, esperar que a sequência de troféus do português não comece no sábado (30).
A temporada do Santos foi marcada por problemas financeiros, políticos e administrativos, o que faz da presença da equipe na decisão da Libertadores uma surpresa para muitos. Já o Palmeiras, além da final continental, também decidirá a Copa do Brasil contra o Grêmio e tem uma boa posição na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro que deve lhe assegurar vaga na competição continental na próxima temporada, independente do resultado de sábado.
“A palavra medo não existe. Você pode ter cuidado maior, mas medo não”, garantiu Cuca.
Essa será a terceira vez que duas equipes brasileiras decidem a Libertadores e a primeira vez que a final será disputada sem presença de público, por causa da pandemia.
Fonte: Rodrigo Viga Gaier – Rio de Janeiro (RJ)
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