Stock Car terá mais um piloto que fez história na Fórmula 1 em seu grid de largada. Com 269 grandes prêmios na carreira, Felipe Massa foi apresentado nesta quinta-feira como novo piloto da principal categoria do automobilismo nacional. Ele fará dupla com Julio Campos na Lubrax/Podium Stock Car Team.
Massa, de 39 anos, disputou o último GP de Fórmula 1 em 2017 e por duas temporadas correu pela Fórmula E. Apesar de ter gostado do modelo de competição, ele diz que “sofreu bastante” com o estilo de pilotagem. E essa foi uma das razões que o fez desistir da categoria de carros elétricos e migrar para a Stock Car.
“A Fórmula E tem um campeonato muito bem feito. Eu gostei muito disso. Agora, o carro é muito diferente. É completamente diferente daquilo que eu imaginava guiar. Comparando com Fórmula 1, é muito mais parecido guiar um carro de Stock Car do que um carro de Fórmula E”, afirmou Massa. “Sofri bastante. (Na F-E) não existe carga aerodinâmica, você anda praticamente com pneu de rua. E, pelo jeito do carro, acho que você precisa ser muito mais engenheiro do que piloto na corrida, tendo que fazer cálculo em cima de cálculo a cada volta. Por isso decidi largar e vir pra Stock Car”.
A outra razão, segundo ele, foi saudade do País. “Sempre amei o Brasil, independente de ter ficado 20 anos morando e correndo fora. Muita gente fala ‘pô, você mora em Mônaco, primeiro mundo’, mas a saudade de casa, do Brasil, eu sempre tive. Sempre esperei o momento de voltar. Aí, no finzinho do ano passado, eu e a Raffa (Raffaela Bassi), minha esposa, resolvemos voltar para casa”.
Na Stock Car, Massa terá a companhia de Julio Campos, experiente na categoria. E, pelo fato de já ter competido ao lado de outros ex-pilotos de Fórmula 1, Julio acredita que o novo companheiro irá bem na modalidade.
“Tenho certeza que o Felipe vai surpreender logo no primeiro ano de Stock porque ele vai mostrar toda força e velocidade que sempre teve. Eu já andei com o (Ricardo) Zonta, com o (Antonio) Pizzonia. É bem interessante porque eles trazem muita bagagem com relação a acerto de carro, novidades que podem ser feitas dentro daquele nosso mundo. Na F-1 eles faziam testes praticamente o ano inteiro e na Stock Car a gente não tinha isso”, comentou.
A certeza de Julinho, como é chamado por Felipe Massa, vem de longa data: os dois já competiram no kart, em parceria ou mesmo um contra o outro. “A primeira (prova de) 500 milhas que existiu, em 1997, a gente ganhou juntos”, recordou Julio.
EQUIPE – Felipe Massa e Julio Campos irão competir pela Lubrax/Podium Stock Car Team, que “estreia” na categoria. A equipe, na verdade, surge de uma parceria da BR Distribuidora com a R. Mattheis. “Eu andei três anos com a Mattheis e em dois deles eu disputei o título até a última etapa. Praticamente toda a equipe de mecânicos é a mesma”, explicou Julio, citando as temporadas de 2017 a 2019.
Massa se demonstrou animado. “Estou muito empolgado com esse desafio e de estar ao lado do Julinho. Tenho muito e aprender com ele, mas espero aprender o mais rápido possível pra gente fazer a equipe ser competitiva logo de cara”, comentou. “O melhor jeito de desenvolver a equipe é trabalhar juntos. Pegar o conhecimento de um piloto de Stock Car, dos engenheiros, e também de um piloto que vem de outra categoria e que muitas vezes traz coisas que encaixa”.
Na pista, porém, a promessa é de cada um por si. “Lógico. No final, a vontade de qualquer piloto é vencer e estar à frente”, frisou Massa.
Além da ansiedade de retornar às pistas, a dupla de pilotos também aguarda o retorno da torcida às arquibancadas, algo que inexistiu desde o início da pandemia do novo coronavírus. “A torcida faz muito efeito no trabalho do piloto, na motivação do piloto. Em todas as corridas de Fórmula 1 em que tive um carro competitivo no Brasil eu fui muito bem porque tinha alguma coisa a mais. É difícil explicar, mas time que joga em casa joga melhor. Você sente a torcida. Você faz uma ultrapassagem e sente a emoção das pessoas”, recordou Massa.
“É um momento triste aquilo que está acontecendo no mundo. Em 2020 você não teve torcida nos autódromos, em jogo de futebol, em eventos… É um momento triste pro esporte, espero que não tenha mais, porque sem dúvida tira o brilho das corridas”, completou.
Por Noticias ao Minuto