Bolsonaro diz que estatais não devem se dissociar de uma ‘visão de social’

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CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender nesta quinta-feira (25) a troca de comando na Petrobras e disse que não admite que um presidente de uma estatal a dissocie do seu aspecto social.

 

“Uma estatal, seja ela qual for, tem que ter uma visão de social, não podemos admitir uma estatal com um presidente que não tenha essa visão. Previsibilidade: temos que ter, temos que nos antecipar a problemas e ter visão de futuro, o nosso governo prima por isso”, afirmou durante evento na Usina Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR).

Crítico dos reajustes nos preços de combustíveis e da política de transparência da Petrobras, Bolsonaro indicou na sexta-feira (19) o general Joaquim Silva e Luna, atual presidente da Itaipu Binacional, para o comando da petroleira. O nome ainda deve ser aprovado pelo conselho da empresa.

A troca gerou reações de investidores. Entre sexta e segunda-feira (22), a estatal perdeu cerca de R$ 100 bilhões em valor de mercado.

“Não é fácil buscar fazer a coisa certa, sempre é mais fácil se acomodar, tapar os olhos e deixar as coisas acontecerem, não podemos nos curvar a isso”, afirmou Bolsonaro no discurso.

Ao lado de Silva e Luna, o presidente elogiou o trabalho do general à frente da Itaipu. “Pode ter certeza de que todos aqueles que dependem do produto da Petrobras vão se surpreender positivamente com o seu trabalho quando ele lá assumir”, completou.

Em Foz, Bolsonaro participou do lançamento da revitalização do sistema de Furnas, responsável pela transmissão ao mercado brasileiro da energia que o Paraguai não consome. A obra é considerada essencial para reforçar a segurança energética do Brasil para as próximas décadas, já que, segundo a usina, o sistema opera há 36 anos e está no fim da vida útil.

Destacando que a usina foi construída no período ditatorial, citando presidentes militares, como Médici, Geisel e Figueiredo, Bolsonaro elogiou a atuação conjunta de Furnas com Itaipu e disse que isso só foi possível por conta da “liberdade” que dá aos seus subordinados.

“Todos aqueles que escolhi, quer seja para ocupar ministérios, estatais ou diretorias de bancos oficiais tiveram essa liberdade e somente dessa forma Itaipu Binacional e Furnas puderam trabalhar juntas. Isso que estamos fazendo aqui hoje nada mais é do que um trabalho da iniciativa e da liberdade que vocês têm”, afirmou.