A conta de luz deve ter um aumento médio de 14,5% em 2021, segundo um estudo da TR Soluções, empresa de tecnologia aplicada ao setor elétrico. A estimativa é com base no Serviço para Estimativa de Tarifas de Energia (Sete), que leva em conta números das 53 distribuidoras e sete permissionárias do país.
As maiores altas devem ocorrer nas regiões Centro-Oeste e Norte. Na região Centro-Oeste, há uma expectativa de aumento de 19,4% nas tarifas de energia para 2021. Em seguida, aparece o Norte, com 19,4%. Nordeste (17,6%), Sudeste (13,1%) e Sul (12,2%) completam o ranking.
Foto: Colin Behrens/Pixabay
O levantamento apontou que o principal vilão para o aumento é o serviço de distribuição de energia elétrica, com alta de 15,5%. O motivo para a elevação está associado às variações obtidas em 2020 pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), acumulado em 23,14%; e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com 4,52%. Como grande parte das distribuidoras de energia vinculam suas receitas ao IGP-M e ao IPCA, as empresas de energia repassam ao consumidor final o reajuste desses indicadores.
“A inflação está entre os principais fatores que vão pressionar as tarifas de energia elétrica neste ano, em particular no caso das distribuidoras cujas receitas são reajustadas pelo IGP-M”, afirma o diretor de Regulação da TR Soluções, Helder Sousa.
Conta-Covid também influencia no preço
Os números do levantamento também mostram que outro fator para a previsão de aumento das tarifas tem a ver com a expectativa de custos com a compra de energia, que subiu 9,5% em relação a 2020.
Essa elevação deve-se ao fato de que a maior parte dos custos financeiros que as empresas de energia repassaram às tarifas ao longo de 2020 ter sido coberta por empréstimos do programa Conta-Covid, do Governo Federal, que tem como janeiro de 2021 o início do pagamento das primeiras parcelas pelas distribuidoras.
Regulamentada pela Agência Nacional Energia e Eletricidade (Aneel), a Conta-Covid foi criada como medida para evitar reajustes maiores nas tarifas de energia elétrica para o consumidor final durante a pandemia do novo coronavírus em 2020, que seriam originados por efeitos previstos.
Por meio de linha de crédito, a medida garantiu às distribuidoras os recursos para compensar essa perda de receita temporária.