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Covid-19: país teve média diária de 51 mil casos de 17 a 30 de janeiro

© Itamar Crispim/Fiocruz

Nas semanas epidemiológicas 3 e 4, entre 17 e 30 de janeiro, o Brasil registrou uma média diária de 51 mil casos e de 1.050 óbitos diários por covid-19. Nos estados do Acre, Amazonas, de Roraima, do Ceará e Paraná houve  aumento significativo do número de mortes e nenhuma unidade da Federação mostrou tendência de queda no número de óbitos.

As informações são da nova edição do Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a publicação, o começo das campanhas de vacinação coincide com um momento crítico da pandemia no país, em que 11 estados apresentam elevadas taxas de incidência e 18, altas taxas de mortalidade. A maior parte desses estados continua com taxa de letalidade por covid-19, que é a proporção de casos que resultam em óbitos, em nível elevado – no Amazonas de 4,5% e no Rio de Janeiro, que mantém 4,9%.

A análise mostra que as maiores taxas de incidência de covid-19 foram observadas em Rondônia, no Amazonas, em Roraima, no Amapá, em Sergipe, Minas Gerais, no Espírito Santo, Paraná, em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Já as taxas de mortalidade mais elevadas foram verificadas no Amazonas, em Roraima, no Amapá, Tocantins, Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, no Espírito Santo, Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Notificação

Os pesquisadores alertaram ainda para a necessidade de notificação se ocorrerem eventos adversos com a aplicação das vacinas. “No caso das novas vacinas para covid-19 que estão sendo utilizadas no Brasil é importante que todos os eventos adversos observados sejam notificados. Os estudos realizados previamente incluíram número pequeno de pessoas idosas e ainda requerem mais dados para que se conheça o perfil mais completo desses eventos nesse grupo”, destacaram.

Os dados sobre os eventos adversos são analisados por uma equipe internacional de especialistas, para identificar situações que possam gerar riscos a algum grupo populacional específico. O boletim informa que com o perfil de segurança já conhecido, o balanço entre risco e benefício das vacinas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) é favorável à vacinação dos idosos.

Os pesquisadores avaliaram que os eventos conhecidos, relatados nos estudos realizados no Brasil e em outros países, até o momento, são todos de pequena gravidade, poucos casos de dor de cabeça, dor no local da aplicação, febre baixa, calafrio, dor articular e muscular e cansaço. Todos registram melhora em período de 24 a 48 horas.

Leitos

Segundo o boletim, as taxas de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para a covid-19, destinados a adultos, encontram-se em alerta crítico, com índice maior ou igual a 80% em sete estados na zona de alerta intermediária e menor que 80% e maior ou igual a 60,% em 14 estados e no Distrito Federal. Em oito capitais as taxas de ocupação estão em alerta crítico. Os destaques são para Porto Velho e o Rio de Janeiro, com 100% de ocupação de leitos UTI Covid-19, segundo registro feito em 1º de fevereiro.

Variantes

Nota técnica do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) observa que as cepas variantes circulam no Amazonas desde abril do ano passado e podem ser representantes de um vírus de linhagem emergente no Brasil.

“Se essas mutações conferem alguma vantagem seletiva para a transmissibilidade viral, devemos esperar um aumento da frequência dessas linhagens virais no Brasil e no mundo nos próximos meses. Neste novo cenário, é fundamental aumentar nossas capacidades de vigilância em saúde, incluindo a vigilância genômica e sorológica, para inclusive determinar a eficácia das vacinas existentes para a covid-19 nessas novas linhagens”, afirmam os pesquisadores.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Crédito de imagem: © Itamar Crispim/Fiocruz

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