Ministério apura mortes de crianças indígenas de Roraima por covid-19

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© Ederson Brito/ MTUR

Duas equipes de profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) vão reforçar o atendimento às comunidades Kataroa e Waphuta, na Terra Indígena Yanomami, pelos próximos 30 dias.

Os médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem chegaram a Alto Alegre, no norte de Roraima, nessa terça-feira (2). Além de atender à população e participar da campanha de vacinação contra a covid-19, os especialistas vão tentar esclarecer as supostas mortes indígenas pela ação do novo coronavírus.

Segundo o Conselho Distrital de Saúde Indígena Sanitário Yanomami e Ye´kuana (Condisi-YY), órgão colegiado vinculado ao Distrito Sanitário Especial (Dsei) Yanomami, ao menos dez crianças das duas comunidades, com idades de 1 a 5 anos, já morreram este ano com a suspeita de terem sido infectadas pelo novo coronavírus. Em um ofício que enviou a Sesai e ao Dsei na semana passada, o Condisi-YY informava a existência de outros casos suspeitos da doença nas mesmas localidades e pede o envio de médicos para a região.

Em uma nota em que destaca as dificuldades de acesso e de comunicação da região, o Ministério da Saúde informa que servidores do Dsei Yanomami, com sede em Boa Vista (RR), ainda estão “coletando informações” sobre o ocorrido, e que tão logo seja possível, divulgará mais detalhes a respeito dos óbitos registrados.

Quanto aos profissionais deslocados nesta terça-feira para reforçar o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde Indígena das comunidades Kataroa e Waphuta, o ministério informou que cada equipe é composta por médico, enfermeiro e técnico de enfermagem.

Além das duas equipes, o Ministério da Saúde chegou a cogitar enviar, com o apoio do Ministério da Defesa, mais suprimentos e outros profissionais de saúde para auxiliar nas ações do Dsei Yanomami. A ação estava programada para ocorrer de amanhã (5) até o próximo dia 12, mas, esta manhã, o Ministério da Saúde informou que, por ora, a viagem não acontecerá.

Imunização

De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 37% dos cerca de 755 mil indígenas com mais de 18 anos de idade, vivendo em territórios tradicionais e, portanto, atendidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, já receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19, desde o início da campanha de imunização, em 19 de janeiro.

A pasta distribuiu 907.200 doses de vacinas para os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas existentes no país. A entrega dos medicamentos conta com a parceria do Ministério da Defesa e das secretarias estaduais e municipais de Saúde. Cerca de 14 mil profissionais de saúde indígena participam dos esforços logísticos para que os imunizantes cheguem às quase 6 mil aldeias do Brasil. Em boa parte delas, o acesso depende de condições climáticas favoráveis e as dificuldades de comunicação atrasam a atualização dos dados sobre a vacinação.

“Não ocorre atraso na vacinação, o que acontece, em alguns casos, é o atraso no lançamento dos dados das doses aplicadas por conta desta logística”, afirma o secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, em nota divulgada pelo ministério.

Edição: Kelly Oliveira

Fonte: Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Crédito de imagem: © Ederson Brito/ MTUR