PIX completa 3 meses em operação liderando em número de transferências

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PIX, novo sistema de pagamentos brasileiro, completa três meses de operação integral nesta terça-feira (16). Em pouco tempo, a tecnologia desenvolvida pelo Banco Central domina o número de transferências realizadas, mas perde para as TEDs em valor transacionado.

Segundo dados do BC, mais de 286 milhões de operações foram finalizadas por meio do PIX em 2021. As TEDs somam 53,2 milhões de transferências no mesmo período, apenas 18,5% do total do PIX.

Quando a métrica é valor transacionado, a situação se inverte. Enquanto o PIX movimentou R$ 225 bilhões neste ano, as TEDs movimentaram R$ 2,7 trilhões, mais de 10 vezes mais que o novo sistema.

Isso se explica porque oito a cada 10 transferências realizadas pelo PIX ainda são feitas de pessoa para pessoa (P2P). No fechamento de janeiro, foram 81,8% do total nessa modalidade das quase 170 milhões de operações fechadas.

Os valores trocados por empresas dariam volume ao PIX, mas empresários ainda têm dúvidas sobre a cobrança de taxas e acabam mantendo as operações como eram antes. Boa parte dos bancos já oferecia transações gratuitas para clientes preferenciais, por exemplo.

As operações pelo PIX entre empresas (B2B) ocupam uma modesta fatia de 2,5% do total do mês de janeiro. E os pagamentos por produtos e serviços também estão em marcha lenta: de pessoas para empresas (P2B) o montante foi de 8,3%, enquanto de empresas para pessoas (B2P) foi de 7,2% do total transacionado no primeiro mês do ano.

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Atrasos

 

Além das taxas, comerciantes ainda têm pouca aderência ao PIX porque, através dele, ainda é possível fazer apenas pagamentos à vista.

O Banco Central, inclusive, anunciou no fim do ano passado que decidiu adiar para março o início da implementação da oferta do PIX Cobrança para pagamentos com vencimento – uma das novas funcionalidades para o sistema de pagamentos instantâneos, que permitirá a lojistas, prestadores de serviços e outros empreendedores emitir um QR Code com vencimento futuro.

 

Segundo o BC, os participantes do PIX enquadrados na modalidade provedor de conta transacional devem estar aptos para oferecer aos usuários finais, após 15 de março, a leitura de QR Code, ou o tratamento de PIX Copia e Cola, associado a um PIX Cobrança, para pagamentos com vencimento.

Quando anunciou o PIX Cobrança em outubro, o BC explicou que o QR Code com vencimento futuro funcionará como um boleto.

Concorrência vem aí

 

O WhatsApp afirmou na segunda-feira (15) que conversa com o Banco Central para ser aprovado como um “iniciador de pagamentos” para habilitar o seu sistema de transações financeiras no aplicativo. Esse modelo de instituição é novo – foi anunciado pelo BC em outubro de 2020.

“O WhatsApp está conversando regularmente com o Banco Central para ter a aprovação como iniciador de pagamentos para transferências entre pessoas. Também tem trabalhado para restaurar os pagamentos no WhatsApp para todos no Brasil o mais rápido possível”, afirmou a companhia em comunicado ao G1.

 

Função de pagamentos do WhatsApp foi barrada pelo Banco Central e Cade em julho passado, mas app busca liberação. — Foto: Divulgação/WhatsApp

Função de pagamentos do WhatsApp foi barrada pelo Banco Central e Cade em julho passado, mas app busca liberação. — Foto: Divulgação/WhatsApp

O envio e recebimento de dinheiro pelo WhatsApp foi anunciado em junho de passado, com o Brasil sendo um dos primeiros países a testar a opção. Alguns dias depois do anúncio, no entanto, Banco Central e Cade barraram a funcionalidade, afirmando que precisavam avaliar riscos concorrenciais e garantir funcionamento adequado do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

Em serviços indicados como “iniciadores de pagamentos”, o consumidor dá uma ordem para que a instituição em que é correntista realize o pagamento diretamente ao lojista, sem a necessidade de acessar o aplicativo, com débito em sua conta de depósito ou de pagamento. Ou seja, intermediários, como cartão de crédito, são eliminados.

Por G1