Réus julgados por chacina de Osasco serão interrogados amanhã

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© Divulgação/Tribunal de Justiça SP

O julgamento da chacina de Osasco e de Barueri entrou no terceiro dia com o encerramento da fase dos depoimentos das testemunhas. Ao final de todo o processo, os sete jurados do caso vão julgar se o ex-policial militar Victor Cristilder dos Santos e o guarda civil municipal Sérgio Manhanhã, que estão presos, têm participação nas 17 mortes ocorridas na chacina do dia 13 de agosto de 2015. Esse episódio é considerado a segunda maior chacina ocorrida no estado de São Paulo, atrás apenas das 111 mortes ocorridas no Massacre do Carandiru, em 1992.

Hoje (24), mais oito testemunhas de defesa foram ouvidas, muitas delas policiais e guardas municipais. Desde segunda-feira (24), quanto teve início o julgamento, 24 testemunhas, arroladas tanto pela defesa quanto pela acusação, prestaram depoimentos. O julgamento ocorre sem presença de jornalistas ou de público.

Agora o julgamento passa para uma nova fase. Amanhã (25), a partir das 10h, os dois réus serão interrogados, individualmente. Só então acontece a terceira e última etapa do julgamento, quando a defesa e acusação fazem seus debates, apresentando os argumentos para condenar ou libertar os réus. Nessa etapa, defesa e acusação têm duas horas e meia cada um para apresentar suas argumentações, com direito à réplica e tréplica, que podem durar mais duas horas cada uma. Depois disso, os sete jurados se reúnem para dar o veredito.

Esta é a segunda vez que os dois réus são julgados por essas mortes. No primeiro julgamento do caso, eles já foram condenados, mas recorreram da decisão e solicitaram novo júri, que está ocorrendo agora. A previsão inicial é de que o julgamento dure até sexta-feira (26).

Acusação

As 17 mortes, conforme o Ministério Público, teriam sido uma vingança pelos assassinatos de um policial militar e de um guarda civil, ocorridos dias antes. De acordo com a acusação, os agentes de segurança se reuniram e decidiram fazer uma chacina para vingar as mortes.

Para a acusação, o policial Cristilder, como é mais conhecido, teria combinado com o guarda municipal sobre o início do horário da chacina por meio de mensagens no celular. Além disso, ele teria dirigido um dos carros utilizados na chacina e feito disparos com armas de fogo contra as vítimas. Ele foi acusado por oito mortes e também por tentativa de homicídio.

Histórico

No primeiro julgamento do caso, ocorrido em setembro de 2017, Manhanhã e outros dois ex-policiais militares, Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain, foram condenados pelo crime.

Eleutério foi condenado à pena de 255 anos, 7 meses e 10 dias de prisão. Já Henklain recebeu sentença de 247 anos, 7 meses e 10 dias. O guarda-civil Sérgio Manhanhã foi condenado a 100 anos e 10 meses.

Os dois policiais foram acusados de terem disparado contra as vítimas e respondiam por todas as mortes e tentativas de assassinato. O guarda-civil, segundo a acusação, teria atuado para desviar viaturas dos locais onde os crimes ocorreriam e foi denunciado por 11 mortes.

Já Cristilder foi julgado à parte, em março de 2018. Ele foi acusado por oito mortes e também por tentativa de homicídio. O tribunal do júri condenou o ex-policial a 119 anos, 4 meses e 4 dias em reclusão em regime inicialmente fechado.

Edição: Aline Leal

Fonte: Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil – São Paulo
Crédito de imagem: © Divulgação/Tribunal de Justiça SP