Em conversa com apoiadores na manhã desta quinta-feira (18/3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o Brasil é um dos únicos países em que querem derrubar o chefe do Executivo.
“Acho que é um dos raros países do mundo onde querem derrubar o presidente é aqui. Eles não apresentam soluções”, afirmou.
Bolsonaro questionou a forma como o mundo vem enfrentando a pandemia. “Eu te pergunto: qual país do mundo que está tratando bem a questão do Covid? Aponte um. Em todo local, está morrendo gente. Agora, aqui, virou uma guerra contra o presidente”, queixou-se.
O mandatário do país voltou a criticar medidas de restrição de circulação e disse que o lockdown adotado em alguns estados no começo da pandemia, em 2020, não foi suficiente para achatar a curva de contaminações.
“Agora, por que existiu o lockdown? Foi março, abril. Não era para alongar a curva? Pessoal não fala mais em alongar a curva. Vocês estão vendo a população sofrendo, indo para o desemprego. Famílias pobres ficaram miseráveis. Se os filhos não tinham educação boa, vai ficar ainda pior agora”, prosseguiu.
Vacinas
Sobre a aquisição de vacinas, Bolsonaro voltou a defender as escolhas feitas pelo governo federal e afirmou que a escassez de imunizantes é global.
“Esses caras que querem me derrubar, o que vocês fariam no meu lugar? ‘Ah, comprar vacina’. Onde é que tem vacina para vender? Onde tem vacina para vender?”, questionou.
Bolsonaro também comentou, sem citar o nome da farmacêutica, a suspensão do uso de vacinas da Oxford/AstraZeneca por países da União Europeia.
“Tem uma vacina que tem uns 10 países que não vão aplicar mais, estão sabendo, né? Daí, tem um cara, um cara inteligente que ligou para mim e falou: ‘Por que você não compra essas vacinas?’. Eu falei: ‘Cara, se os países não estão aplicando, no mínimo, é um lote suspeito’. ‘Ah, mas não tem problema.’ A que ponto chegou a cabeça de algumas pessoas?”
A respeito do imunizante da Pfizer, Bolsonaro alegou que o adiamento na compra se deu por precaução.
“Quando não comprei da Pfizer no ano passado, o pessoal me criticou. Agora eu pergunto ao cara que criticou: você, por acaso, leu ali o contrato? O cara é um ignorante e quer criticar”, apontou.
“O contrato, entre as coisas que estão no contrato: ‘Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral’. Como é que vou comprar uma vacina dessa? Outra: ninguém podia entrar com ação contra eles aqui. Tinha que depositar um recurso lá fora, para bancar as ações porventura movidas lá fora contra a empresa. É um negócio que nunca se viu na vida”, continuou.
No fim de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro definitivo ao imunizante.
“Se eu compro antecipadamente e depois a Anvisa nega o registro, ia fazer o que, por exemplo, com 100 milhões de doses de uma vacina? Iam falar que eu fiz uma negociata, né?”, alegou o titular do Palácio do Planalto.
Por Metrópoles