Cattani acredita que “regime socialista” deturpou reforma agrária no Brasil

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deputado estadual Gilberto Cattani (PSL), empossado na manhã desta quinta (18), afirmou que suas principais pautas na Assembleia serão a defesa do pequeno produtor rural e o combate a corrupção. Assentado da reforma agrária em Nova Mutum (a 240,9 km ao Norte de Cuiabá) e integrante do movimento de extrema direita “Canhota Não”, também criticou o “regime socialista” que teria sido implantado no Brasil até a eleição do presidente da República Jair Bolsonaro.

Minhas bandeiras de luta são defender primeiro o pequeno produtor. Um dos cânceres da política nesse país é a corrupção, que tem que ser combatida. Essas são minhas bandeiras”, disse Cattani logo após assumir a vaga que pertencia a Sílvio Fávero (PSL), falecido no último sábado (12), em decorrência de complicações da Covid-19.

Cattani sustenta que a reforma agrária, que beneficiou sua família com lote em assentamento de Nova Mutum, foi deturpada pelo socialismo. E usou Lucas do Rio Verde como exemplo.

“Depois que nosso país tomou rumo socialista, foi tirado o direito de propriedade do pequeno produtor. Os assentamentos se tornaram verdadeiras favelas rurais. Quando falo da reforma agrária, estou falando da reforma agrária legítima, criada no tempo do Regime Militar e que foi deturpada pelo socialismo”Deputado Gilberto Cattani

No entanto, a tese de “Brasil Socialista” não encontra respaldo na história, economia ou ciência política. Isso porque o país nunca deixou de ser capitalista.

“A reforma agrária foi deturpada desde que socialismo foi implantado no país. Lucas do Rio Verde foi uma assentamento da reforma agrária feito nos anos 80. Esse assentamento produziu os maiores produtores de soja do mundo. Oriundo de Lucas é nosso vice-governador, que é uma pessoa que pode falar sobre isso. Porque esse sistema de reforma agrária funcionava? porque era uma chance do pequeno produtor se tornar grande, porque recebia seu documento de propriedade”completou Cattani.

Realmente, o vice-governador Otaviano Pivetta, que tem domicílio em Lucas do Rio Verde, é um grande empresário do agronegócio. Seu patrimônio declarado em 2020, quando ensaiou candidatura ao Senado, foi de R$ 264,6 milhões.

“Depois que nosso país tomou rumo socialista, foi tirado o direito de propriedade do pequeno produtor. Os assentamentos se tornaram verdadeiras favelas rurais. Quando falo da reforma agrária, estou falando da reforma agrária legítima, criada no tempo do Regime Militar e que foi deturpada pelo socialismo”, concluiu.

Único defensor

Cattani também declarou que seria o único defensor dos pequenos produtores rurais na Assembleia, o que não é verdade. A pauta da agricultura familiar é defendida pelos deputados estaduais Eduardo Botelho (DEM) e Valdir Barranco (PT).

Barranco, inclusive, também é assentado da reforma agrária em Nova Bandeirantes (a 997,5 km ao Norte de Cuiabá), onde foi prefeito. Além disso, já foi superintendente do Incra em Mato Grosso.

 

Por RDNews / Jacques Gosch e Andhressa Barboza