Fiocruz deve entregar 3,8 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca, produzidas no Brasil

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SÃO PAULO – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deve começar nesta segunda-feira (8) a produção em larga escala da vacina Oxford/AstraZeneca, que produz em parceria com a universidade britânica e com a farmacêutica. As informações são da coluna de Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo.

A previsão é que sejam entregues 3,8 milhões de doses ao Ministério da Saúde até o fim de março, conforme uma nota da Fiocruz divulgada na última sexta (5).

A vacina passou nos testes de estabilidade e consistência e, agora, a Fiocruz deve acelerar o processo de produção, segundo informações da coluna.

Esses testes são feitos para verificar se há contaminação em algum frasco, se a máquina está colocando o volume certo de imunizante em cada frasco e se o ambiente da  fabricação está nas condições ideais e recomendadas de temperatura e umidade, entre outros fatores.

Segundo a coluna, para a vacina ser aprovada nesses testes é preciso que três produções seguidas e independentes sejam finalizadas. Se em alguma delas algo der errado, é necessário começar tudo do zero.

“Vários parâmetros têm que ser minuciosamente observados. Mas deu tudo certo. Normalmente é necessário perder mesmo muito tempo com tudo isso. É uma guerra. Mas que foi finalizada”, afirmou Marco Krieger, vice-presidente de produção e inovação em saúde da Fiocruz, à coluna.

InfoMoney entrou em contato com a Fiocruz, que não confirmou a informação, mas que receberá a visita do ministro da Saúde Eduardo Pazuello, do governador do Piauí e representante do Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias, e do secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Chaves, nesta segunda para discutir os próximos passos da fabricação do imunizante.

Prazo de entrega

A expectativa é de que sejam entregues 3,8 milhões de doses do imunizante ao Ministério da Saúde até o fim de março.

Porém, a previsão inicial era de 15 milhões. Houve um problema no equipamento que fecha os frascos, o que reduziu o volume de entrega.

Agora, com o equipamento consertado e com os testes de estabilidade e consistência aprovados, pode ser iniciada a fabricação em larga escala.

“Os gargalos estão sendo superados. E poderemos começar a entregar vacinas em um fluxo contínuo a partir do fim do mês”, disse Krieger à coluna.

A Fiocruz divulgou nesta segunda uma nota explicando sua capacidade de produção. Em janeiro, chegaram dois lotes de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que representa a quantidade suficiente de matéria-prima para formular as 15 milhões de doses de vacinas iniciais – mas a entrega desse total ainda não tem data definida.

Ainda em março, mais três remessas de IFA estão previstas para sair da China com destino à fundação. Outros três lotes têm previsão para embarcar em abril. Em maio, serão mais quatro remessas e, em junho, será enviado o último lote, de acordo com a Fiocruz.

“Ao todo, a produção da Fiocruz alcançará, em julho, a marca de 100,4 milhões de doses. Já no segundo semestre, com a transferência de tecnologia concluída, a Fundação poderá produzir as vacinas de forma independente, a partir da produção nacional do IFA, com expectativa de entregar mais 110 milhões no período”, diz a nota.

A Fiocruz ressaltou que, somente após os resultados dos lotes de validação e liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é que será possível definir as datas e quantitativos a serem disponibilizados para o PNI (Programa Nacional de Imunização), coordenado pelo governo federal.

 

Por Infomey