A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou nesta terça-feira (16) que o Brasil passa pelo “maior colapso sanitário e hospitalar da história”. O monitoramento divulgado pela instituição aponta que 24 estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80%.
Além disso:
- 15 estados estão com taxas de ocupação de UTIs iguais ou superiores a 90%;
- Entre as capitais, 25 estão com taxas de ocupação das UTIs superiores a 80%; entre elas, 19 têm a taxa acima de 90%.
Na classificação da Fiocruz, as taxas de ocupação são classificadas em zona de alerta crítico (vermelho) quando iguais ou superiores a 80%, em zona de alerta intermediário (amarelo) quando iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%, e fora de zona de alerta (verde) quando inferiores a 60%.
Leitos ocupados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em Brasília — Foto: SindEnfermeiro-DF/Divulgação
Nesta terça, o Brasil registrou novo recorde com 2.798 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e totalizou 282.400 óbitos. Com isso, a média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 1.976, também um novo recorde. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +48%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.
Pior momento da pandemia
Na semana passada, na quinta-feira (11), a fundação já havia informado que o país vive o pior momento da pandemia. A entidade divulgou, em seus boletins, que a avaliação é decorrente da piora de alguns dos principais indicadores sobre a Covid-19:
- alta taxa de ocupação de leitos,
- tendência de alta nos casos de síndromes respiratórias, e
- alta participação do país no total de mortes causadas pela doença no mundo.
Um ano após a pandemia ser oficialmente reconhecida, o país acumula 10,3% das mortes que já foram notificadas no mundo por Covid, sendo que o Brasil tem apenas 3% da população global.
Profissionais de Saúde na linha de frente e autoridades avaliam pior momento da pandemia
“A fim de evitar que o número de casos e mortes se alastrem ainda mais pelo país, assim como diminuir as taxas de ocupação de leitos, os pesquisadores defendem a adoção rigorosa de ações de prevenção e controle, como o maior rigor nas medidas de restrição às atividades não essenciais.”, aponta a nota divulgada pela Fiocruz.
Casos de síndrome respiratória
No boletim da última semana, a Fiocruz detalhou os dados do sistema InfoGripe, que monitora a incidência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Segundo os pesquisadores, os dados mostram que os casos também estão em “níveis muito altos” em todos os estados, com maior destaque para as regiões Sul e Sudeste. Mais de 96% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.