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Primeira repórter com Down diz que sonha em entrevistar o rei Roberto

© Tomaz Silva/Agência Brasil

Primeira repórter com síndrome de Down do Brasil, Fernanda Honorato se orgulha de estar à frente das câmeras há 15 anos e afirma que seu papel é levar informação de qualidade para pessoas com deficiência.

“Eu me orgulho muito de apresentar e trazer informações para pessoas com várias deficiências”, afirma Fernanda, que é repórter do Programa Especial, da TV Brasil, e já teve sua história contada na Itália. “Aquilo me marcou muito.”

Fernanda lembra que foi convidada para fazer um teste como repórter do programa depois de ter entrevistado, meio que por brincadeira, pais de jovens com alguma deficiência durante uma noite em que ela se divertia com amigos.

À época, Fernanda era rainha de bateria da organização não governamental (ONG) Projeto de Samba Mestre Robson para pessoas especiais. “Naquele dia, eu nem quis sambar. Já peguei o microfone e saí entrevistando pais de alguns amigos meus. Eu me dei tão bem que eles me contrataram para fazer a repórter”. O teste ficou guardado na TV Brasil e só foi ao ar no segundo programa.

Atualmente, Fernanda Honorato é rainha de bateria da organização social Embaixadores da Alegria, a primeira escola de samba voltada a pessoas com deficiência, que desfila no Sambódromo do Rio abrindo o grupo especial. “Essa escola é totalmente inclusiva.”

Sonho

Acostumada aos holofotes e a conversar com celebridades, Fernanda afirma que seu grande sonho é entrevistar o “rei” Roberto Carlos. “Eu tenho tanto para te falar, mas com palavras, não sei dizer, como é grande o meu amor por você”, cantarolou, durante a entrevista à Agência Brasil, destacando que sabe decoradas as canções de que mais gosta do ídolo.

Também na lista de desejos, está um bate-papo com a cantora Ivete Sangalo – “aquela baiana arretada, que eu adoro de paixão também”, definiu Fernanda.

Entrevistas marcantes


A repórter da TV Brasil Fernanda Honorato – Tomaz Silva/Agência Brasil

Durante os 15 anos como repórter, Fernanda afirma que a entrevista mais marcante da carreira foi com a cantora Maria Bethânia. “A Bethânia é um amor de pessoa.”

Ela destaca também as entrevistas que fez com Chico Buarque, Zezé de Camargo e Luciano, Daniel e o sambista Diogo Nogueira. “Eu estou sempre com ele na minha Portela”, afirmou, referindo-se a Diogo e ao Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela.

“Chefa”

Fernanda conta que tem um carinho especial por sua “chefa” na televisão, a diretora do Programa Especial Ângela Patrícia Reiniger. “Ela acreditou no meu potencial e no meu ponto de vista. Ela sabe tirar o melhor de mim.”

A nova temporada do Programa Especial estreou ontem (20) destacando, no primeiro episódio, a carreira de Fernanda, suas entrevistas e coberturas especiais, como a das Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Na edição, a repórter conversa também com a psicopedagoga Alessandra Almeida, autora do livro Downadinha, inspirado na história da filha, Clarice, que tem síndrome de Down.

De acordo com a diretora Angela Reiniger, a temporada trará uma nova série de entrevistas de Fernanda sobre atividades artísticas. O Programa Especial é dedicado à inclusão das pessoas com deficiência e vai ao ar todos os sábados, às 9h30, na TV Brasil (veja como sintonizar).

O Dia Internacional da síndrome de Down foi proposto pela Down Syndrom International e é celebrado no dia 21 de março desde 2006. A data (21/03 ou 3-21) foi escolhida como alusão à trissomia 21. A síndrome de Down é um distúrbio genético causado quando uma divisão celular anormal resulta em material genético extra do cromossomo 21.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Crédito de imagem: © Tomaz Silva/Agência Brasil

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