O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (29) que a pasta fará uma campanha a favor do uso “racional” de oxigênio em hospitais.
Queiroga deu a declaração ao participar de uma audiência do Senado. Aos parlamentares, afirmou também que muitas pessoas recebem oxigênio nos hospitais mesmo sem precisar.
“Todos sabemos que muitas pessoas chegam aos hospitais e aí, às vezes, a primeira providência é colocar o oxigênio nasal em quem não precisa do oxigênio. Então, vamos tentar economizar. Vamos fazer grande campanha, junto aos profissionais de saúde, para o uso racional do oxigênio”, disse.
Segundo o ministro, a pasta vai elaborar os protocolos que “racionalizem o uso de oxigênio”.
No início deste ano, hospitais de Manaus (AM) enfrentaram uma crise no abastecimento de oxigênio. Isso porque, na ocasião, o volume necessário para atender aos pacientes era inferior ao volume disponível nas unidades de saúde. Em São Paulo, também há relatos de falta de oxigênio em alguns hospitais.
A Procuradoria Geral da República (PGR) afirma que, segundo dados do governo, seis estados são os mais críticos para falta de oxigênio: Acre, Rondônia, Mato Grosso, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte.
Caminhões-tanque
Durante a audiência do Senado, Marcelo Queiroga afirmou que o governo importou 13 caminhões-tanque do Canadá para que chegue mais oxigênio aos hospitais.
De acordo com o ministro da Saúde, o país necessita de 50 caminhões-tanque carregados de oxigênio. Ele afirmou que a alternativa encontrada foi a de compra de carros usados.
“Legislação brasileira proíbe importação de carro usado. Mas aqui não estamos adquirindo carros usados, estamos adquirindo insumo estratégico para o nosso sistema de saúde”, acrescentou.
Produção
Segundo o ministro, a capacidade do Brasil também é limitada quanto à produção de cilindros, que servem para armazenar o oxigênio líquido usado pelos pacientes.
Ele disse que conversou com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, para pedir que fossem transferidos para ações de saúde os cilindros usados na área industrial.
“Não podemos desviar todo o oxigênio da área da indústria para a área medicinal porque, senão, a indústria vai ficar desabastecida, e aí a gente também não produz insumos estratégicos, como seringas”, disse.
Por G1