Os resgates do Tesouro Direto superaram as vendas em R$ 9,1 milhões em fevereiro. De acordo com os dados do Tesouro Nacional, divulgados hoje (23), as vendas do programa atingiram R$ 1,814 bilhão no mês passado. Já os resgates totalizaram R$ 1,823 bilhão, sendo R$ 1,699 bilhão relativo a recompras de títulos públicos e R$ 123,4 milhões a vencimentos, quando o prazo do título acaba, e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.
Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), cuja participação nas vendas atingiu 41,2%. Os títulos corrigidos pela taxa Selic (juros básicos da economia) corresponderam a 33,5% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 25,3%.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 62,93 bilhões no fim de janeiro, aumento de 0,7% em relação ao mês anterior (R$ 62,51 bilhões) e aumento de 7% em relação a fevereiro do ano passado (R$ 58,8 bilhões).
Investidores
Em relação ao número de investidores, 317.219 novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 9.895.387. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumula alta de 60,6%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 1.470.448, aumento de 21,2% em 12 meses.
A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas de até R$ 5 mil, que correspondeu a 85,9% do total de 331.827 operações de vendas ocorridas em fevereiro. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 66,7%. O valor médio por operação foi de R$ 5.465,83.
Os investidores estão preferindo papéis de curto e médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 43,2% e aquelas com prazo entre 5 e 10 anos, 38,8% do total. Os papéis de mais de dez anos de prazo representaram 18% das vendas.
O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Nacional.
Captação de recursos
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros.
O aplicador só precisa pagar uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis pré-fixados.
Edição: Fernando Fraga
Fonte: Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Crédito de imagem: © Marcello Casals Jr