O 6º Rio Choro 2021 – Mostra Virtual Competitiva selecionou 48 semifinalistas para a fase de votação popular, que ficará aberta até o próximo dia 17 no canal do evento no YouTube. A música instrumental que obtiver mais “likes” (curtidas) ganhará o Prêmio Waldir Azevedo, no valor de R$ 6 mil. Após dez anos de ausência do cenário musical, a mostra voltou trazendo, pela primeira vez, premiação em dinheiro. A mostra terá formato virtual, em virtude da pandemia de covid-19. A edição 2021 do Rio Choro recebeu 273 inscrições.
No dia 19, o Rio Choro divulgará o vencedor do Prêmio Aldir Blanc para o melhor choro-canção, isto é, choro com letra em português, também no valor de R$ 6 mil.
Em seguida, a comissão julgadora selecionará 12 finalistas, que concorrerão aos prêmios Ernesto Nazareth para o 1º colocado (R$ 12 mil), Pixinguinha, para o 2º lugar (R$ 9 mil) e Jacob do Bandolim, para o 3º classificado (R$ 6 mil). Os nomes dos vencedores serão anunciados no dia 26 de março. Os nove finalistas restantes receberão, cada um, prêmio de participação no valor de R$ 1 mil.
O diretor-geral do Rio Choro, José Schiller, destacou que o evento não tinha característica de concurso, quando foi criado pelo saxofonista, flautista e compositor Mario Sève. “Era um ciclo de choros, um panorama. Tinha mais esse sentido de juntar uma série de conjuntos, de grandes intérpretes, tocando um repertório, uma série de peças, sem premiação. Simplesmente refletindo o que estava sendo produzido. Esta é a primeira edição competitiva”, afirmou Schiller, em entrevista à Agência Brasil.
Qualidade
Para esta edição, só foi permitida a inscrição de compositores residentes no estado do Rio, maiores de 18 anos de idade. Antes, o Rio Choro era aberto para compositores em nível nacional, lembrou Schiller.
O idealizador da mostra, Mário Sève, destacou que o número de inscrições superou as expectativas. “E o melhor é a qualidade das músicas. Basta ouvir a playlist com os 48 semifinalistas que é possível perceber o alto nível das obras”, afirmou.
Para José Schiller, o choro é um gênero de música popular e instrumental brasileira que tem uma linguagem “super rica”. “Era de se esperar que as músicas inscritas fossem de altíssima qualidade”, comentou.
Segundo ele, o júri, formado por “craques” conhecedores e comprometidos com a linguagem do choro, é garantia também do elevado nível do festival. Ele não tem dúvida de que o evento é um espaço que ajuda a dar visibilidade a compositores novos e de qualidade. A maioria dos inscritos está na faixa de 30 a 40 anos de idade.
Entre os autores participantes, compositores do interior do estado e artistas mais conhecidos como os cantores Cláudio Nucci, Anna Paes e Alfredo Del Penho, o maestro Cristóvão Bastos, o trompetista Silvério Pontes, o sanfoneiro Marcelo Caldi, o violonista Zé Paulo Becker, o pianista Leandro Braga e o flautista Antonio Rocha, entre outros. As inscrições foram gratuitas e se encerraram no dia 14 de fevereiro.
Criação
O Rio Choro foi criado em 2000. A primeira edição contemplou a produção do gênero da época, reunindo a maior parte dos músicos envolvidos – intérpretes e compositores – para uma série de concertos no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Humaitá, Rio de Janeiro.
As obras dos novos compositores foram interpretadas pelos grupos Nó em Pingo D’Água, Galo Preto, Água de Moringa, Rabo de Lagartixa e Trio Madeira Brasil, e os instrumentistas Cristóvão Bastos, Armandinho, Zé da Velha, Silvério Pontes, Henrique Cazes, Andrea Ernest Dias e Bruno Rian.
Com produção de Mário Sève, o Rio Choro 2000 gerou um álbum de partituras com novos choros, que teve distribuição gratuita.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
Crédito de imagem: © Tânia Rêgo/Agência Brasil