Leilão da Ferrovia de Integração Oeste Leste rende R$ 33 mi ao governo

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A Infra Week, semana de leilões do governo federal que começou com a concessão de 22 aeroportos nesta quarta-feira (7/4), também foi marcada pelo leilão do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste Leste, a Fiol 1, que garantirá ao governo R$ 3,3 bilhões em investimentos, sendo R$ 1,6 bilhão para conclusão das obras.

 

O evento ocorreu nesta quinta-feira (8/4), em São Paulo. O Ministério da Infraestrutura, por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), concedeu o trecho de 537 quilômetros de extensão entre as cidades de Ilhéus e Caetité, na Bahia, à empresa Bahia Mineração SA, da Corretora Itaú. A empresa deu um lance de R$ 32,7 milhões.

A corretora ficou responsável pela finalização do empreendimento e operação do trecho, em uma concessão que vai durar por 35 anos, totalizando R$ 3,3 bilhões de investimentos. Desse total, R$ 1,6 bilhão será utilizado para a conclusão das obras, que estão com 80% de execução. Além disso, a concessão da Fiol vai permitir a criação de 55 mil empregos diretos, indiretos e efeito-renda ao longo da concessão, de acordo com o ministério.

“Nós estamos destravando o projeto de infraestrutura mais importante para o estado da Bahia. Temos uma revolução ferroviária em curso”, afirma o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. “O governo tem investido para melhorar a infraestrutura logística ao agronegócio e vivenciaremos um ‘boom’ ferroviário no país, que vai ajudar a agilizar e baratear o escoamento da produção das diversas cadeias do setor”, avalia Freitas.

Este é o segundo leilão de ferrovia feito no governo do presidente Jair Bolsonaro. O primeiro foi o da Ferrovia Norte-Sul, realizado em 2019 e vencido pela Rumo, a qual pagou R$ 2,719 bilhões pela concessão, com um ágio de 100,92% sobre o preço mínimo.

O Governo Federal ainda trabalha nos projetos para concessão dos outros dois trechos: a Fiol 2, entre Caetité (BA) e Barreiras (BA), com obras em andamento, e a Fiol 3, de Barreiras (BA) a Figueirópolis (TO), que aguarda licença de instalação por parte do Ibama.
Operação

A expectativa é a de que o trecho 1 (Ilhéus-Caetité) comece a operar em 2025, já transportando, segundo estudos, mais de 18 milhões de toneladas de carga, entre grãos e, principalmente, o minério de ferro produzido na região de Caetité. O volume vai mais que dobrar em 10 anos, superando 50 milhões de toneladas, em 2035 — sendo a maior parte, o minério de ferro. Entre as cargas também estão alimentos processados, cimento, combustíveis, soja em grão, farelo de soja, manufaturados, petroquímicos e outros minerais.

A operação inicial já deve contar com pelo menos 16 locomotivas e mais de 1,4 mil vagões, montante que terá um incremento diante do aumento da demanda, chegando a 34 locomotivas e 2,6 mil vagões, dentro de 10 anos.

 

Por Metrópoles / Talita Laurino

Foto : Valec