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Mato Grosso terá Centro de Línguas Ameríndias

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) finalizou o processo de aprovação da criação do Centro de Línguas Ameríndias (Clam) em suas instâncias colegiadas. O espaço será voltado para o ensino, pesquisa e extensão e irá ofertarcursos de línguas originárias, em especial as faladas em Mato Grosso.

O Clam também irá promover pesquisas para documentação dessas línguas e servirá como espaço para execução de ações de extensão voltadas para o ensino de línguas em aldeias indígenas.

Em Mato Grosso, existem 48 grupos étnicos que falam cerca de 34 línguas diferentes e cujos estudos descritivos dessas línguas estão em diferentes estágios. A maioria dessas línguas se ligam a dois troncos linguísticos: Tupi e o Macro-jê, mas há também línguas isoladas como o Myky, Manoki e Trumai, além do complexo linguístico Nambikwara.

No entanto, as pesquisas em desenvolvimento na Unemat demonstram que apesar dessa grande diversidade linguística presente no Estado, que conta com povos monolíngues em sua língua ancestral, até comunidades que já perderam suas línguas e hoje falam exclusivamente o português.

O Centro vai funcionar no Câmpus de Barra de Bugres, porque ali já abriga a Faculdade Indígena Intercultural.

A Unemat acredita que o Centro de Línguas Ameríndias vai possibilitar que linguistas indígenas e não indígenas possam se formar e qualificar de forma a contribuir para problematizar, estudar e documentar as línguas ancestrais que são faladas em Mato Grosso.

Com a funcionamento do Centro de Línguas Ameríndias deverão ser oferecidos para a comunidade indígena e não indígena cursos de curta duração, em especial das línguas ancestrais existentes em Mato Grosso, além de outras línguas naturais como o português, inglês e espanhol, além da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Além de ser em espaço para pesquisa e documentação. Também espera-se que o Centro possa contribuir com a produção de material didático específicos, tradução/versão de textos canônicos, como o que a versão da Declaração dos Direitos Universais – cuja versão foi feita pela Unemat para a língua Xavante – para línguas indígenas.

Um grande diferencial desse Centro é a participação de professores indígenas que fazem parte tanto do corpo docente, como do Conselho Superior do Centro.

Fonte: Lygia Unemat
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