Nesta segunda-feira (19.04), data em que se celebra o Dia do ìndio, o município de Barra do Bugres (165 quilômetros a Noroeste de Cuiabá) comemora seu 77º aniversário com ações do Governo do Estado em infraestrutura e agricultura familiar.
A cidade que atualmente possui cerca de 35.307 habitantes é sede da Faculdade Indígena Intercultural e está sendo beneficiada por obras rodoviárias executadas sob a responsabilidade da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra/MT), entre o município e Cáceres, Arenápolis, Jangada e Tangará da Serra, com investimentos superiores a R$ 150 milhões.
Barra do Bugres também está no itinerário de concessão de rodovias, cujo contrato será assinado em maio.
Infraestrutura – Foi concluída a obra de restauração e revitalização de 79,8 quilômetros da MT-246, entre Barra do Bugres e Jangada. Dividida em dois trechos – entre o trevo de Jangada e ponte sobre o Rio Currupira, com 34,6 km; e Rio Currupira e Barra do Bugres, com 45,2 km – recebeu investimentos de R$ 37,6 milhões.
Restauração MT-246 entre Barra do Bugres e Jangada – Foto Marcos Vergueiro
Também foi concluída a restauração de 53,14 quilômetros da MT 343, entre o distrito de Assari, em Barra do Bugres e Arenápolis, passando por Denise, com investimento de R$ 9,13 milhões.
Estão sendo pavimentados 120 quilômetros da MT-343, entre Barra do Bugres e Cáceres, divididos em três trechos, com quase a metade já asfaltada, com investimentos de R$ 84,2 milhões. Desta extensão, 30,88 quilômetros beneficiarão diretamente as vizinhas Barra do Bugres e Porto Estrela.
Estão em manutenção 68 quilômetros das rodovias MT 246/343/358/339 entre Barra do Bugres e Tangará da Serra, cujos investimentos somam R$ 12,2milhões, e em fase de elaboração de projeto a ponte, na MT 246, sobre o rio Sepotuba, com 135 metros de extensão.
Pavimentação de 120 km da MT 343, entre Barra d Bugres e Cáceres – Sinfra/MT
Será assinado no próximo dia 6 de maio, o contrato de concessão à iniciativa privada de 233,2 quilômetros das rodovias MT 246/343/358/480, entre Jangada e Itanorte, cujo leilão realizado em novembro do ano passado gerou R$ 3,03 bilhões. O prazo de concessão é de 30 anos.
Agricultura familiar – Por meio da Seaf (Secretaria de Estado de Agricultura Familiar), Barra do Bugres recebeu um trator agrícola 4×4 com potência de 110 CV e uma grade aradora com 18 discos de 28 polegadas e dois resfriadores de leite com capacidade de até mil litros.
O trator agrícola e grade aradora, adquiridos com recursos do Ministério da Agricultura, com contrapartida do Governo do Estado, e os resfriadores de leite, com recursos de emendas parlamentares, serão usados por cooperativas e associações.
Saúde e repasses – A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) repassou ao município 2.975 testes rápidos para detecção do coronavírus e medicamentos para combatê-lo, num total de 127.976 comprimidos, entre azitromicina (15.735), ivermectina (12.588) e dipirona (99.653), também distribuído em gotas, com 2.448 frascos.
Entre 2020 e 2021, o Governo do Estado repassou R$ 37,7 milhões aos cofres municipais em ICMS, IPVA e Fethab, além de R$ 9,28 milhões em assistência social, transporte escolar e convênios na área de saúde, entre 2019 e 2020.
Intercultural – Barra do Bugres é sede da Faculdade Indígena Intercultural, pioneira na oferta de graduação especifica na América Latina, servindo de referência a iniciativas similares.
Desde 2001, formou mais de 450 professores índios, dos quais 140 especialistas, em três habilitações Línguas, Artes e Literatura; Ciências Matemáticas e da Natureza; e Ciências Sociais, além da Pedagogia Intercultural Indígena. Também é ofertado especialização em Educação Escolar Indígena.
Além da Faculdade Indígena, no campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) do município ingressam cerca de 200 novos acadêmicos, a cada semestre, nos cursos de Licenciatura em Matemática, Ciência da Computação, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia de Produção e Engenharia de Alimentos.
Campus da Unemat em Barra do Bugres, onde funciona a Faculdade Indígena- Foto Christiano Antonucci.
Economia – O campus da Unemat, uma planta de etanol, um frigorífico e uma indústria de calcário, aliado à segunda maior produção estadual de cana-de-açúcar (a primeira pertence à vizinha Denise), explicam o equilíbrio dos setores econômicos formadores do PIB (Produto Interno Bruto) municipal, avaliado em 2018 em R$ 1,315 bilhão pelo IBGE.
Agropecuária, com R$ 390,98 milhões, indústria (R$ 318,76 milhões) e serviços (R$ 306,45 milhões) representam 77,28% deste total, com administração pública (R$ 205,5 milhões) e impostos (R$ 94,23 milhões) fechando a conta. O PIB per capita é de R$ 38.012,13.
Na pecuária, Barra do Bugres respondeu em 2019 por 271,2 mil cabeças de gado bovino, das quais 843 vacas ordenhadas, com 1,08 milhão de litros de leite; por um rebanho galináceo com 51,25 mil cabeças, das quais 31,85 mil galinhas, com 401 dúzias de ovos; quatro mil ovinos; 2,8 mil equinos; 2,3 mil suínos (223 matrizes); 1.235 búfalos; e 359 caprinos. Produziu ainda quatro toneladas de peixe em cativeiro
Na agricultura, a produção cana de açúcar, de 3,73 milhões de toneladas foi avaliada em R$ 231,67milhões, equivalente a quase 60% do PIB agropecuário. O município produz ainda amendoim, arroz, mandioca, melancia, milho, soja e abacaxi, além de borracha, coco-da-baía e banana, com 3,47mil toneladas, a sexta maior do estado em 2019.
História – Antigo distrito de Cáceres, localizado onde o rio Bugres deságua no Paraguai, Barra do Bugres recebeu seus primeiros povoadores, procedentes de Cuiabá, em 1878. Ergueram seus primeiros ranchos, para subsistência, e em busca da poaia (ipecacuanha), usada no tratamento da disenteria. Mais tarde, descobriram outras potencialidades, como madeiras, borracha nativa, diamante e ouro.
Em 1896, foi criada a Paroquia de Santa Cruz de Barra do Bugres. Em 1910, o governo estadual desapropriou dois mil hectares de terra para o povoado. Em 1926, a Coluna Prestes passou pela região.
Com o crescimento econômico, criou-se em dezembro de 1940 a Coletoria de Rendas Estaduais. Três anos depois, em dezembro de 1943, foi criado o município, porém instalado em 19 e abril de 1944. Mais tarde chegaram mineiros, paulistas e cearenses.
Em Barra do Bugres ainda vive os Umutina, um de seus primeiros habitantes, que haviam perdido o contato com sua língua original, hoje resgatada e ensinada às crianças por professores indígenas formados pela Faculdade localizada no município.
Fonte: Jairo Sant’Ana Secom-MT Restauração MT-246 entre Barra do Bugres e Jangada â Foto Marcos Vergueiro Campus da Unemat em Barra do Bugres, onde funciona a Faculdade IndÃgena- Foto Christiano Antonucci.
Crédito de imagem: – Foto por: Prefeitura de Barra do Bugres