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Coluna – Tokyo Game Show volta a adotar formato digital

© Tokyo Game Show/Divulgação

A capital japonesa, que segue confirmando a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio a partir de 23 de julho, deixará de sediar por mais um ano a maior feira de games da Ásia. Melhor dizendo, pela segunda vez consecutiva a Tokyo Game Show (TGS) acontecerá no formato on-line entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro. A novidade foi revelada esta semana, e os motivos todos já sabem, a pandemia do novo coronavírus (covid-19).

O evento, que comemora 25 anos em 2021, tem como tema na próxima edição: “Nós sempre temos os jogos”. No ano passado, em meio à crise sanitária causada pelo novo coronavírus, a TGS precisou mudar os planos e realizar uma apresentação on-line, com direito a uma série de programas especiais nos quais as principais publicadoras anunciaram seus novos lançamentos. Foi assim que vimos as primeiras imagens de gameplay de Hyrule Warriors: Age of Calamity (Switch), Monster Hunter Rise (Switch e PC) e Resident Evil Village (multiplataforma).

Mesmo com o início da vacinação pelo mundo, eventos digitais ainda devem ser a norma no ano de 2021. Foi assim com o Consumer Electronis Show (CES) 2021, maior feira de tecnologia do mundo, em janeiro, normalmente sediada em Las Vegas (Estados Unidos). A Game Developers Conference, congresso voltado a desenvolvedores de games, também será inteiramente on-line, e acontece entre os dias 19 e 23 de julho. Já a Gamescom, feira de games sediada normalmente em Colônia (Alemanha), planeja um formato híbrido, parte presencial e parte on-line.

A E3, que até pouco tempo atrás era considerada o maior evento do mundo dos games, foi cancelada no ano passado. Esse ano, deve voltar em formato digital. Porém, discordâncias do mercado em relação às exigências da feira, que tem cobrado pela participação das produtoras na apresentação on-line, devem contribuir para o seu esvaziamento, em uma perda de relevância cada vez mais evidente no atual mundo hiperconectado. Mesmo sem a E3, estima-se que o mercado de games tenha crescido 20% no ano passado, atingindo a marca recorde de US$ 179,7 bilhões. Na falta da E3, tradicional palco de anúncio de novidades, muitas publicadoras adotaram apresentações exclusivas inteiramente on-line, formato que a própria Nintendo já vinha fazendo na última década.

No mundo do esporte eletrônico, a situação não é muito diferente. Competições inteiramente de forma remota tem sido uma norma no cenário. Tem sido assim no CBLoL, no Brasileirão de Rainbow Six e na Liga Brasileira de Free Fire. Para campeonatos internacionais, as organizações têm buscado realizar partidas presenciais, ainda que sem a presença de torcida.

Será assim no MSI de League of Legends, previsto para começar no dia 6 de maio em Reykjavík (Islândia), e também no mundial de Free Fire, World Series, com início no dia 22 de maio em Singapura. Dono das maiores premiações da história do esporte eletrônico, o The Internacional, o mundial do game Dota 2, ainda não revelou o que vai acontecer com a edição deste ano, após o torneio de 2020 ser cancelado. O mesmo pode ser dito da Copa do Mundo de Fortnite deste ano, apesar de a Epic Games já ter revelado que não pretende promover competições presenciais em 2021.

Outra incógnita é o Six Invitational 2021. O principal torneio internacional de Rainbow Six, normalmente sediado em Montreal (Canadá), aconteceria em fevereiro, em Paris (França). Mas dias antes de começar, o campeonato foi adiado, e até hoje a desenvolvedora Ubisoft não revelou uma nova data ou local para o evento. No cenário de Counter Strike, desde setembro de 2019 não acontece um Major, como são chamadas as competições mundiais promovidas pela desenvolvedora Valve. A edição do Rio de Janeiro, que seria a primeira sediada no Brasil, foi adiada do primeiro para o segundo semestre, até ser finalmente cancelada. O próximo Major deve acontecer só em outubro, em Estocolmo (Suécia) se nada mudar até lá.

Com o mundo ainda muito distante de zerar os casos de covid-19, mesmo nos países onde o processo da vacinação está avançado, é de se supor que este cenário de restrições, que coloca em risco até mesmo a realização dos Jogos Olímpicos, deve continuar pelo resto do ano, e possivelmente no primeiro semestre do ano que vem.

Edição: Fábio Lisboa

Fonte: Guilherme Neto – Apresentador do quadro Fliperama no programa Stadium, da TV Brasil. A coluna é publicada às quintas-feiras – Rio de Janeiro
Crédito de imagem: © Tokyo Game Show/Divulgação

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