Grêmio pensa em liberar Jean Pyerre e escancara o dilema do velho número 10 de um Brasil antigo e preguiçoso

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O Grêmio sugeriu ao Bragantino trocar Jean Pyerre por Claudinho e ainda ofereceu uma quantia em dinheiro. Entre o camisa 10 gremista e o do Bragantino, há uma diferença que fica explícita em três letras: gol.

Claudinho disputou 35 partidas do Campeonato Brasileiro e foi artilheiro do torneio com 18 gols. Jean Pyerre disputou 102 jogos pelo Grêmio, entre março de 2017 e abril de 2021, e marcou os mesmos 18 gols.

Na história, havia dois tipos de camisas 10 no Brasil. O meia-armador, tipo Gérson, que vestiu a 8 na Copa de 1970, mas era o número 10 no São Paulo bicampeão paulista em 1971. Ou Ademir da Guia, clássico, passadas largas, poucos gols.

Jean Pyerre tabela com Diego Souza e arrisca de fora da área. Mas a bola sobe demais, sem perigo, aos 2 do 1º tempo

Jean Pyerre tabela com Diego Souza e arrisca de fora da área. Mas a bola sobe demais, sem perigo, aos 2 do 1º tempo

 

O outro tipo de 10 era Pelé… Ops… Para não exagera, Zico. O homem que pisava na área, aproximava-se do centroavante, fazia tabelas e gols.

Jean Pyerre é refinado. Passes curtos, lindos, brilho individual. O resultado prático é pouco.

A palavra da moda no futebol é intensidade. Então, esqueça o modismo. Pense na praticidade. O que Jurgen Kloppe deseja: recuperação de bola e passes verticais. O que Guardiola deseja? Troca de passes objetivos, ataque ao espaço.

Jean Pyerre é brilhante, mas o Grêmio pede a ele o que o futebol atual pede a todos os jogadores: efetividade. Ou seja, ele precisa entregar passes decisivos e gols.

O Bragantino não quis Jean Pyerre e o Grêmio preferia ter Claudinho.

O Brasil ainda se encanta pelos velhos camisas 10, que atualmente representam muito pouco, como se fossem um lindo lustre sem nenhuma luz. O desafio de Jean Pyerre é entender como iluminar os jogos com passes decisivos e muito mais gols.

Por PVC